Como Ambev, Fibria e O Boticário buscam ir além do verde

Marcelo Spatafor

Vestindo a camisa da corresponsabilidade na gestão ambiental, empresas desenvolvem tecnologia, produtos e serviços que atendam à sociedade, além do próprio bolso.




São Paulo - AmbevFibria e O Boticário, três empresas de setores tão diversos como bebida, papel e celulose e cosméticos, assumiram um objetivo comum: ir além do verde. Ao invés de esperar ações do governo, elas vestiram a camisa de corresponsáveis na gestão ambiental dos recursos naturais e começaram a desenvolver tecnologia, produtos e serviços que atendam à sociedade, além do próprio bolso.


    Elas contaram um pouco de suas experiências durante o EXAME Fórum Sustentabilidade, nesta quarta-feira em São Paulo. "Se quisermos falar concretamente da sustentabilidade e na relação entre governo e setor privado, a água é o caminho mais curto, porque está na base de tudo. As empresas precisam ser mais participativas na geração de soluções para gestão de recursos", disse Isabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, que abriu o debate. "O que está na mesa é o desafio de passar da eficiência para a eficácia", pontuou.


    O Boticário
    Mais do que fazer uso responsável dos recursos naturais na sua cadeia, O Boticário aposta na melhoria dos padrões da sustentabilidade. "Buscamos aperfeiçoar as operações a fim de gerar impactos positivos para empresa e para a sociedade", disse Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e gerente de Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade. 



    De olho no seu impacto socioambiental, a Fundação Boticário anunciou em 2006 um projeto de pagamento por serviço de proteção ambiental, na Bacia do Guarapiranga, em São Paulo, que remunera boas práticas pelo uso do solo, criação de corredores de vegetação, tudo para a  conservação de mananciais. Por trás do programa, está a ideia de que é mais barato prevenir a degradação do que fazer a recuperação.
    "Temos outros municípios participando. Lançamos na Rio+20, o Oásis Brasil, uma plataforma que reúne metodologias e benefícios para quem tem interesse em implementar essa ação na sua propriedade. Na parte fabril, as melhorias tecnológicas ajudaram a reduzir o consumo de recursos e energia. "Não é questão de ser bonzinho, é questão de inteligência", sublinha.
    Ambev
    A Ambev sabe bem o valor da perspicácia verde. Há vinte anos, criou seu programa de gestão ambiental, que inclui o uso eficiente de água, recurso fundamental para o negócio de bebidas e que corresponde a 95% do produto. Na Ambev, a gestão de água é como um sistema de vendas, com metas e processos que medem, avaliam avanços, identificam e solucionam falhas.
    Com isso, a empresa reduziu significativamente o uso de água na produção. "Antes, usávamos 10 litros de água para produzir um litro de cerveja. Agora, usamos apenas 4 litros, diz Milton Seligman, vice-presidente de Relações Corporativas da empresa. A meta global é chegar a 3,5 litros de água por litro de cerveja produzida. "Para nós, a questão ambiental não é de custo, mas de ganhos".
    Não para aí. Junto com a WWF, lançou um programa piloto de recuperação do córrego Crispim, na bacia do Corumbá, envolvendo a comunidade. E também coordena o movimento Cyan, que visa trazer a sociedade para a discussão, premiando empreitadas que contribuem para a economia de água. Tudo isso de olho de olho no futuro.
    Fibria
    Faz sentido. Em um mundo de mudanças climáticas e aquecimento global, cada gota de água será decisiva. Para se precaver, a Fibria, titã do setor de papel e celulose, já estuda qual deverá ser o impacto do aumento da temperatura mundial sobre o regime hidrológico das regiões onde atua, daqui a 50 anos.
    "Darwin dizia que quem sobrevive é quem se adapta. Temos que antecipar nossa adaptabilidade", disse José Luciano Penido, presidente do Conselho de Administração da Fibria. A companhia também avança em programas de pagamento por serviço ambiental, assim como o Boticário. "Em parceria com a Promon [empresa especializada em projetos de infraestrutura], promovemos corredores ecológicos no Vale da Paraíba. Se queremos proteger, temos que remunerar", finalizou.
    Fonte: Exame.com

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