Durante o percurso, os dois jovens trabalharão como voluntários por períodos de três e seis semanas – o sistema permitir-lhes-á, por um lado, aprender novas técnicas de agricultura biológica e de preservação de biodiversidade e, por outro, oferecer conhecimentos adquiridos, contribuindo assim para o desenvolvimento das comunidades locais.
Rita, portuguesa, trabalha como freelancer na produção de cinema, publicidade e eventos. Considera-se uma apaixonada por viagens. Leandro, natural do Uruguai e a viver em Portugal há 11 anos, é chefe de cozinha. Diz-se atraído pela variedade gastronómica e cultural. “Partilhamos um enorme prazer em viajar e aprender, não só com pessoas cujos costumes e formas de vida são tão diferentes ao que estamos habituados, mas também com a natureza em toda a sua força”, dizem.
Após oito anos de viagens, decidiram realizar um sonho conjunto: fazer uma viagem à volta do mundo. E acrescentam: “Poder fazê-lo enquanto assumimos um papel activo nesta mudança global de consciencialização relativamente à sustentabilidade é, de facto, um sonho a tornar-se realidade”.
A escolha pelo óleo vegetal alimentar usado como combustível está associado ao ideal de sustentabilidade que os move.
Esta matéria, uma vez usada, é habitualmente descartada, seguindo para aterros onde contamina o solo, para incineradoras onde é queimada juntamente com outros resíduos ou até mesmo para esgotos caseiros. Uma solução possível passa pela reciclagem, através da qual pode ser reutilizada no mercado da cosmética e na produção de biodiesel.
Mas o óleo pode também ser filtrado e limpo para se transformar em combustível – foi esta a escolha do Green Brick Road. Ao ser usado puro, sem a adição de químicos diluentes, o óleo de origem vegetal queimado no motor apenas devolve à atmosfera gases que foram absorvidos pelas plantas. Ou seja, o CO2 emitido é somente reenviado para a atmosfera.
A opção da dupla por este combustível revela-se ainda um esforço para a redução da criação de plantas que visam produzir óleo vegetal para ser usado exclusivamente como combustível, o que corresponde a uma grande causa de desflorestação. Rita e Leandro garantem: “O óleo que iremos usar é produzido originalmente como produto alimentar e usado como combustível apenas quando considerado resíduo”.
A WWOOF consiste numa rede internacional de quintas orgânicas originária do Reino Unido mas difundida já em mais de 100 países. A equipa planeia oferecer mão-de-obra em troca de estadia e alimentação, num processo que permitirá a troca de conhecimentos associados à agricultura biológica, recolecção de água, fornecimento energético, materiais de construção, entre outros.
O início da aventura está para breve, 15 de Fevereiro, com Itália marcada no mapa como primeiro destino.






