Natura investe €393 milhões na Amazônia até 2020

Quando as grandes empresas fixam os olhos sobre a Amazônia, as árvores e plantas têm boas razões para tremer – geralmente isso significa destruição ambiental. Mas a Natura espera mudar isso. A empresa brasileira de cosméticos, recentemente classificada como a segunda empresa mais sustentável do planeta, segundo a canadiana Corporate Knights, comprometeu-se a comprar 30% das suas matérias-primas a partir de fontes sustentáveis na Amazônia.


O compromisso faz parte de um programa ambicioso lançado pela marca há 18 meses. Os outros objectivos, todos eles para serem cumpridos até 2020, incluem o investimento de €393 milhões (R$ 1.000 milhões) na região, a construção de uma rede interdisciplinar de 1.000 investigadores focados na Amazónia e o envolvimento de entre 10 mil a 12 mil pequenos produtores na sua cadeia de fornecimento.

Isto traduz-se numa aposta na ciência e investigação, na educação e empreendedorismo e em acordos com pequenos fornecedores locais, revela o The Guardian.

A empresa deixa-se assim guiar por dois factores “muito básicos”, segundo o seu chefe executivo, Alessandro Carlucci: o compromisso ambiental implícito no nome da marca e a origem brasileira da empresa, já que o país é coberto em dois quintos pela Amazônia.

A empresa voltou-se para a biodiversidade deste território, em particular, como uma plataforma tecnológica para a pesquisa e o desenvolvimento. Cerca de 75% dos ingredientes secos da Natura provêm de fontes naturais, posicionando a empresa como líder no mercado de cosméticos naturais e cuidados para a pele.

No Brasil, o interesse no consumo ético está no auge, defende Carluccci. Ele acredita assim que as credenciais de sustentabilidade da Natura são capazes de exercer uma “grande influência” sobre as decisões de compra dos consumidores. Nos últimos anos, a empresa tem tido sucesso também no México, Peru, Argentina, Chile, Colômbia e até França.

Mas usar a biodiversidade da floresta tropical para fins comerciais acarreta sérias questões éticas. A Natura tem estabelecido acordos individuais com todos os seus 2.500 pequenos fornecedores para se proteger contra a “biopirataria” – a comercialização antiética do património genético e cultural da região.

Subjacente às ambições da empresa na Amazônia está um importante ponto de partida para Carlucci. “Queremos reforçar o conceito de uma economia verde como uma economia de floresta tropical”, conclui.

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