Postado por Ricardo Pimentel Maluf
Toda a gente sabe que fumar faz mal à saúde. Apesar de muitos tentarem pôr fim ao terrível hábito, poucos conseguem cumprir a tarefa com êxito. Mas, ainda este ano, uma nova técnica terapêutica pode ser aprovada como forma de pôr fim ao tabagismo: o cigarro electrónico.
Os investigadores têm percebido que certas pessoas estão geneticamente predispostas a ter dificuldade em parar de fumar. Além disso, os tratamentos à base de nicotina – como os adesivos – não englobam um aspecto crucial do hábito: o gesto implícito. Neste sentido, o cigarro electrónico pode revelar-se uma alternativa popular para quem quer deixar de fumar.
Os utilizadores continuam a inalar doses de nicotina vaporizada a partir do dispositivo alimentado por bateria, contudo, os níveis cancerígenos associados ao vapor do cigarro electrónico representam cerca de uma milésima dos do fumo do cigarro convencional.
A experiência diz que estes dispositivos ajudam realmente os fumadores a pôr fim ao vício. No entanto, há poucos esforços da ciência no apoio a esta reivindicação e os aparelhos não são regulamentados como medicamentos. Isto, porém, pode estar prestes a mudar.
A empresa inglesa CN Creative está a reunir esforços para começar a vender cigarros electrónicos como medicamentos – prepara-se para apresentar o seu produto, Nicadex, às autoridades reguladoras para aprovação no Reino Unido. Caso seja aceite, será o primeiro dispositivo disponível com prescrição médica.
Ao mesmo tempo, os resultados de dois novos estudos a este respeito serão divulgados ainda este ano. O primeiro engloba 300 fumadores de Itália. Trata-se do seguimento de um outro estudo em que 22 de 40 fumadores conseguiram, depois de seis meses, deixar de fumar ou reduzir o seu consumo em mais de metade, por via dos cigarros electrónicos. As conclusões desta análise mais ampla estão “em linha com as divulgadas no pequeno estudo piloto”, disse o investigador Riccardo Polosa.
Curiosamente, um grupo de fumadores que usou o cigarro electrónico sem nicotina também revelou quedas significativas no consumo de tabaco. “Esse declínio sugere que a dependência do cigarro não é apenas uma questão de nicotina, mas também de outros factores envolvidos”, disse o investigador. Falamos de alívio do stress ou acções que incitam os fumadores a pegarem no cigarro.
Um outro estudo que envolve 657 pessoas na Nova Zelândia coloca os cigarros electrónicos em comparação com os adesivos de nicotina. O trabalho irá ainda partilhar algumas informações sobre os efeitos colaterais dos cigarros electrónicos.
Apesar do optimismo envolvo neste tema, ele exige o que é comum a qualquer outro tratamento de dependência: aconselhamento. Os novos média poderão revelar-se muito úteis neste aspecto. A BecomeAnEX.or, com 270 mil membros com acesso a um fórum, e muitas outras organizações presentes no mundo online já ajudam a aprender a viver sem cigarros.
E o leitor, já recorreu aos cigarros electrónicos como meio para deixar de fumar?