Economia de energia e alternativas para tratamento de esgoto foram pontos centrais abordados no Congresso Mundial de Infraestrutura Verde realizado em Nantes/França. Quanto menos energia as cidades gastarem, melhor. Por isso, sistemas e tecnologias inovadoras foram apresentados e discutidos em um dos maiores eventos de sustentabilidade do mundo.
Segundo o engenheiro agrônomo e presidente da Associação Tecnologia Verde Brasil – ATVerdeBrasil, João Manuel Feijó, que representou o Brasil no congresso, a Europa e os Estados Unidos estão pensando em cidades que tenham capacidade, por exemplo, de subsistir a catástrofes, como furacões e outros. A energia eólica já está sendo utilizada e foi bastante discutida.
O Sistema brasileiro Ecoesgoto, que integra o tratamento de resíduos orgânicos dentro do próprio empreendimento a telhados verdes, jardins verticais e captação da água da chuva, também entrou em pauta. “Uma cidade que depende totalmente do sistema de tratamento tradicional é muito prejudicada com a falta desse serviço”, explica Feijó, que também é diretor da Ecotelhado, empresa pioneira em soluções em infraestrutura verde.
Enquanto nos EUA e na Europa, o Ecoesgoto é alternativa sustentável para descentralizar o tratamento de esgoto e reaproveitar a água em caso de calamidade, no Brasil e em outros países da América Latina, África e Índia, a tecnologia pretende resolver problemas de saneamento básico ainda tão presentes. Além disso, hoje, a água vem de lugares distantes e, após ser usada, é enviada também para longe, sendo que, em seguida, ainda tem outro percurso para tratamento, quando é tratada.
Os pesquisadores acreditam que é fundamental repensar modelos que gastam tanta energia, seja para disponibilizar e tratar a água ou na própria coleta de lixo seletivo, que pode ser reduzida. “O tema esteve no centro das discussões em Nantes, porque envolve energia e qualidade de vida das pessoas, dois pontos que estão sendo priorizados nos projetos de infraestrutura verde no mundo”, ressalta o engenheiro.