O resultado, com detalhes sobre a primeira quantificação da extensão, perdas e ganhos de florestas ao redor do mundo, foi publicado em um artigo na revista Science.
“Este é o primeiro mapa de mudança florestal que é consistente globalmente e relevante localmente”, comemorou Matthew Hansen, coordenador do estudo e professor de Geociências da Universidade de Maryland.
No total, cerca de 2,3 milhões de Km2 foram perdidos e 800 mil Km2 foram ganhos nos últimos 12 anos. O artigo nota que os trópicos foram o único domínio climático a apresentar uma tendência, com a perda florestal aumentando 2.101 Km2 por ano.
Um grupo de 15 pesquisadores de várias instituições criou o primeiro mapa em alta resolução da mudança global na cobertura de florestas entre 2000 e 2012. A base de dados pode ser acessada gratuitamente online.
O grupo de pesquisadores enfatiza o sucesso do caso brasileiro na redução pela metade do desmatamento anual na Amazônia ao longo da década passada.
Porém, eles constataram que isso foi ‘compensado’ pelo aumento do desmatamento na Indonésia - que dobrou no mesmo período, mesmo após a moratória de 2010 -, Malásia, Paraguai, Bolívia, Zâmbia, Angola e outros locais.
Em escala nacional, Paraguai, Malásia e Camboja apresentaram as mais altas taxas de desmatamento.
Atividades de exploração florestal em regiões subtropicais resultaram nas mais altas taxas de mudança na cobertura da vegetação. Por exemplo, a taxa de perturbação das florestas subtropicais da América do Norte foi quatro vezes maior do que a da América do Sul durante o período avaliado, sendo que 31% da cobertura do sudeste dos Estados Unidos foi perdida ou recuperada.
“Esta é uma visão sem precedentes de como as florestas mudaram globalmente ao longo dos últimos 12 anos”, comentou Scott Goetz, do Centro de Pesquisas Woods Hole, coautor do estudo.
Mesmo em meio a tantas tecnologias, até agora muitos países não tinham a capacidade de acompanhar as mudanças de uso da terra em seus territórios.
Mais de 650 mil imagens do satélite Landsat 7 da NASA foram processadas para criar a resolução refinada de 30 metros do produto final.
A base de dados, que quantifica todas as perturbações que as florestas sofreram, será atualizada anualmente e teve uma contribuição essencial do Google Earth Engine através da tecnologia de computação em nuvens.
Referência: Hansen, M.C., P. V. Potapov, R. Moore, M. Hancher, S.A. Turubanova, A. Tyukavina, D. Thau, S.V. Stehman, S.J. Goetz, T.R. Loveland, A. Komardeey, A. Egorov, L. Chini, C.O. Justice, and J.R.G. Townshend. 2013.High-Resolution Global Maps of 21st-Century Forest Cover Change. Science 342(6160):850-853. doi: 10.1126/science.1244693
Fonte: Instituto carbono Brasil