Mais da metade da população mundial, cerca de 3,5 bilhões de
pessoas, não têm acesso a serviços básicos de gestão de resíduos sólidos,
aponta o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). São
dados como esses que darão suporte aos debates, iniciados hoje (8), do
Congresso Mundial dos Resíduos Sólidos, que continua até o dia 11. É a primeira
vez que o evento, organizado pela Internacional Solid Waste Association (Iswa),
ocorre no Brasil. O congresso reúne mais de mil pessoas de 68 países.
Para Carlos Silva Filho, presidente da Associação Brasileira
de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), associada à
Iswa, uma das questões a serem abordadas refere-se ao impacto econômico de uma
gestão inadequada. “Não traz só impactos ambientais negativos. Perde-se muito
dinheiro, muitos recursos. Tudo o que é descartado, poderia voltar para o ciclo
produtivo, seja na forma de matéria-prima, seja na forma de energia”, apontou.
Ele aposta em uma conjugação de esforços entre a sociedade, o Poder Público e a
iniciativa privada.
Entre as iniciativas inovadoras que serão apresentadas no
congresso, Carlos Filho destacou o aproveitamento do resíduo de plástico como
combustível, transformando-o em biodiesel, e o uso de materiais oriundos do
lixo eletrônico, para recuperação de metais preciosos. Destacou, ainda, a
necessidade de políticas de inserção de catadores do setor informal no sistema
profissional da gestão de resíduos.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em
2010, também foi destacada durante a abertura do evento. O secretário de
Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Ney
Maranhão, avaliou que, em apenas quatro anos, a política produziu resultados
significativos. Um deles foi a grande participação na quarta conferência
nacional sobre o tema. “Todos os estados fizeram as conferências e elegeram 1,2
mil delegados”, salientou.
O secretário ressaltou avanços na logística reversa como
resultado da implementação da PNRS nos últimos anos. Maranhão citou como
exemplo a indústria de eletroeletrônicos, de embalagens em geral e de descarte
de medicamentos. Lembrou, ainda, que, em 2008, antes da aprovação da lei, o
descarte adequado era uma realidade em 1.092 municípios, de um de 5.561. “No
fim de 2013, esse número passou para 2.200, ou seja, 40% dos municípios”,
comemorou.
Fonte: Agencia Brasil