O acordo para redução do desmatamento das florestas no mundo foi um dos principais resultados da Cúpula do Clima, que acontece nesta terça-feira (23), na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York.
A "Declaração de Nova York sobre florestas" prevê
reduzir pela metade o desmatamento no planeta até 2020 e zerá-lo até 2030.
Os defensores do acordo querem cortar entre 4,5 bilhões de
toneladas e 8,8 bilhões de toneladas de carbono por ano com a redução do
desmatamento até 2030. Além disso, Reino Unido, Alemanha e Noruega se
comprometaram em doar nos próximos anos o equivalente a R$ 2,7 bilhões para
países com iniciativas voltadas à contenção do desmate.
O compromisso englobaria ainda ações de empresas exploradoras
de recursos naturais, como as fabricantes de óleo de palma e de alimentos em
geral, além de englobar a ajuda dos povos indígenas para dar suporte aos
programas de Redd (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal).
Em entrevista à Associated Press, a ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o governo brasileiro “não foi
convidado a se engajar no processo de preparação” da declaração
e que o Brasil temia que o texto pudesse colidir com leis nacionais que
controlam o desflorestamento na Amazônia e outras florestas.
De acordo com Ban Ki-moon, as ações anunciadas governos,
empresas, bancos e sociedade civil mostram que há muitos parceiros ansiosos em
enfrentar juntos a mudança climática.
Agricultura, indústria e energia
Na área de agricultura, os representantes de governos e da
iniciativa privada anunciaram a meta de ajudar 500 milhões de pequenos
fazendeiros a reduzir suas emissões e trabalhar na adaptação dos impactos das
mudanças climáticas.
Na área da indústria, foram consideradas cinco iniciativas
significativas de diversos setores, principalmente da área de geração de
energia, com ênfase na redução dos poluentes como metano, carbono negro, e os
hidrofluorcarbonetos, para frear o aumento da temperatura global.
Quanto às energias renováveis, o documento afirma que os
ministros de 19 países africanos sancionaram a iniciativa do Corredor de
Energias Limpas da África, que pretende cortar as emissões anuais de CO2 em 310
toneladas métricas até 2030.
Os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, grupo
composto por pequenas ilhas do Caribe, África e Oceano Pacífico, também se
comprometeram a aumentar a parcela de energia renovável. A iniciativa pretende
mobilizar US$500 milhões em cinco anos para aumentar a capacidade de produção
de energia solar, energia eólica e outras alternativas renováveis.
Líderes de mais de 40 países também se comprometeram em
melhorar a eficiência energética para cortar a emissão de gases de efeito
estufa e reduzir custos de energia.
Transportes
Quanto aos transportes, foram anunciadas quatro alianças que devem se
dedicar ao desenvolvimento de tecnologias que permitam meios de transporte com
baixa emissão de carbono, incluindo o incentivo a veículos elétricos, melhora
da eficiência de transporte ferroviário e transportes públicos.
A iniciativa de Mobilidade Elétrica Urbana, por exemplo,
pretende aumentar o número de veículos elétricos nas cidades em 30% dos
veículos vendidos anualmente até 2030.
Também foram anunciados investimentos nas estratégias de
enfrentamento de eventos climáticos extremos. A iniciativa Capacidade Africana
de Risco, por exemplo, - que visa a transferir os prejuízos decorrentes de
tragédias naturais dos governos e dos agricultores e pecuaristas para uma
entidade financeira africana que possa lidar melhor com esses riscos - anunciou
uma expansão de seus serviços e cobertura.
Fonte: G1