Líderes mundiais aguardam com expectativa a divulgação da
síntese do quinto relatório de avaliação sobre mudanças climáticas, elaborado
pelo Painel Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças
Climáticas - o IPCC, na sigla em inglês. Cientistas e membros de governos estão
reunidos durante toda a semana, em Copenhague, capital da Dinamarca, a portas
fechadas, para finalizar o documento, que promete ser o mais abrangente já
elaborado no setor. O encontro será encerrado na sexta-feira (31) e a
divulgação do relatório está prevista para domingo (2).
Segundo o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, o documento
funcionará como um guia para que os desenvolvedores de políticas públicas
consigam chegar a um acordo que permita a redução das emissões de gases de
efeito estufa, responsáveis pela elevação da temperatura do planeta. As
negociações para um tratado climático global, com metas mais rigorosas para as nações,
avançarão até a 21ª Conferência do Clima (COP 21), em dezembro do ano que vem,
em Paris.
A elaboração do quinto relatório do IPCC teve a participação
de 830 cientistas de 80 países, divididos em três grupos de trabalho. Os
resultados de cada grupo foram divulgados em três documentos, ao longo dos
últimos 13 meses. A síntese, que está sendo elaborada esta semana, abordará as
principais conclusões e orientações dos cientistas. “O relatório garante o
conhecimento necessário para a tomada de decisões bem fundamentadas e para a
construção de um futuro melhor e mais sustentável. Com ele, entenderemos melhor
as razões pelas quais devemos agir, e as sérias consequências de não agirmos”,
enfatizou Pachauri na abertura do encontro.
Por videoconferência, a secretária executiva da
Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, Christiana
Figueres, disse que "o quinto relatório é o mais atual e influente
trabalho científico em mudanças climáticas já feito no mundo". O ministro
do Clima e Energia da Dinamarca, Rasmus Helveg Petersen, que abriu a
conferência, enfatizou que se não houver ação imediata para conter as mudanças
climáticas, “a dívida com as futuras gerações será crescente”.
Fonte: Agência Brasil