Chamamos de Arquitetura Vernacular aquela produzida com materiais locais, técnicas construtivas tradicionais, tipologia regional e adequada ao ambiente onde está inserida. Como exemplo temos as casas de pau-a-pique, de adobe, de bambu, de madeira, de pedras, com telhado de palha, etc. É a linguagem arquitetônica mais antiga e uma das mais sustentáveis.
E que material mais abundante temos atualmente nos centros urbanos do que o lixo? Fazer arquitetura vernacular com ele é possível, sim, construindo casas com garrafas PET!
Duvida? Pois então acompanhe os exemplos!
Casa construida com garrafas PET na Bolívia
Essa casa foi construída na Bolívia, apenas com garrafas pet, terra, cimento e ferro. As garrafas são preenchidas com solo-cimento, que é uma mistura da terra do local com cimento.
As garrafas são empilhadas alternando com cimento, como se fossem tijolos. Elas podem ser amarradas para garantir melhor estabilidade.
Depois passa-se as instalações hidráulicas e elétricas entre os fios, assim elas ficarão escondidas quando a parede for rebocada.
Ela pode ser pintada normalmente. Nesse caso eles deixaram os fundos das garrafas de outra cor, formando um desenho.
Casa construida com garrafas PET em Honduras
Já essa outra casa foi construída em Honduras e tem uma forma mais orgânica, com as paredes arredondadas.
Aqui inclusive a estrutura foi feita com as garrafas, como vemos na figura abaixo.
Veja como ficaram os pilares…
…e a casa acabada:
No Brasil
Aqui no Brasil temos iniciativas parecidas, mas com técnica construtiva diferente. Veja um exemplo no video abaixo:
Na UFSC, no Laboratório de Sistemas Construtivos, LABSISCO também foi estudado esse tipo de vedação para casas populares.
A ideia é que se faça uma forma com madeira e chapas de aço, colocando dentro as garrafas PET vazias e cortadas, para que encaixem umas nas outras.
As instalações hidráulicas e elétricas podem ser passadas por dentro das garrafas, já ficando embutidas nos painéis. Depois despeja cimento em cima para formar as placas, que depois de secas e desmoldadas podem ser colocadas lado a lado, formando as paredes da casa. Nesse caso, a estrutura deve ser feita antes, de maneira convencional.
A proporção é de cerca de 60 garrafas por m² de área da casa, ou seja, numa casa de 50m² serão necessárias 3.000 garrafas PET. Além de economizar o montante que seria gasto com tijolos, você ainda tira de circulação esse material que ficaria por anos e anos poluindo alguma praia, algum rio ou enchendo os aterros sanitários. Além de mais barata, a casa de garrafa PET é mais fresca e mais silenciosa.
Com tanta gente sem teto em nosso país, essa pode ser uma alternativa barata, sustentável e confortável de moradia popular. Que tal sugerir isso para a Prefeitura de sua cidade?
Fonte: Coletivo Verde