O Relatório Planeta Vivo 2012, elaborado pela rede ambiental WWF (World Wildlife Fund) revela que a população mundial consome 50% mais recursos naturais que o planeta tem condições de oferecer. O Crescimento da população e o consumo excessivo foram apontados como os principais responsáveis pelo resultado nada satisfatório. O Brasil, neste contexto, se encontra acima da média mundial na relação entre a demanda e a capacidade do planeta.
O documento é resultado da medição da mudança de ecossistemas em nove mil populações, e revela que a biodiversidade permanece apresentando declínio, principalmente em regiões tropicais. O estudo demonstra ainda que, ao contrário do que era esperado, a maior perda de biodiversidade ocorre em países de menor renda, evidenciado que as populações mais pobres degradam mais o meio ambiente, por serem mais vulneráveis.
Todas as economias emergentes do Brics (grupo composto pelo Brasil, a Rússia, a Índia e a África do Sul) apresentaram aumento de consumo per capita em relação aos recursos naturais, com elevação de 65% em meio século. No que tange o Brasil, as atividades responsáveis pela alta são a agricultura e a pecuária, que juntas respondem por 2/3 do consumo medido. Em seguida estão pesca, emissão de carbono, uso florestal e áreas destinadas às cidades.
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| Relatório Planeta Vivo Rio+20 WWF |
Os resultados, segundo a secretária-geral da WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, reforça a necessidade de o país se posicionar ante questões polêmicas, como o novo Código Florestal; que consequentemente deverá permanecer com um papel importante para reversão do cenário atual. “O Brasil pode perder credibilidade no debate sobre conservação se a presidente Dilma Rousseff vetar parcialmente ou aprovar o texto. A presidente precisa identificar que a pegada ecológica no país está na agropecuária e o debate é em torno de uma visão retrógrada, diante de tudo que já sabemos”, frisou Maria Cecília, relacionando o fato de que no próximo mês o Brasil sedia a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
Os técnicos da WWF acreditam que o veto total do novo código demonstrará “uma ação de responsabilidade”, resultando em um impacto melhor para o Brasil na Rio+20. “O que fica mal para o Brasil conferência é não dar garantia de leis. Você vai investir em um país que não cumpre suas regras e dá anistia a quem cometeu crimes ambientais?”, reforça. A Avaaz Brasil também tem se posicionado sobre a questão, tendo elaborado uma petição online que visa interferir na decisão de Dilma Rousseff sobre o novo código, cujo resultado esperado é o veto completo do texto. Mais de 1,7 milhão de assinaturas já foram coletadas.
Fonte:Jornal Opção
