Uso de RCEs (Redução Certificada de Emissão) de gases industriais disparou no EU ETS em 2011


Análises realizadas pela Comissão Europeia e pela consultoria Thomson Reuters Point Carbon publicadas nesta segunda-feira (21) revelaram que a utilização de créditos de gases industriais no Esquema de Comércio de Emissões da União Europeia (EU ETS) deu um salto no último ano, provavelmente devido à proximidade do prazo para a proibição do uso  desses créditos no mercado. 
De acordo com as avaliações, 254,6 milhões de créditos de compensação foram emitidos no último ano, 86% a mais do que em 2010. Deste total, 178,8 milhões foram Reduções Certificadas de Emissões (RCEs) do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e 75,8 milhões foram Unidades de Redução de Emissão (ERUs) dos programas de Implementação Conjunta (JI).
No entanto, das 178,8 milhões de RCEs emitidas em 2011, cerca de 84% provinham de projetos de HFC e N2O, os chamados créditos ‘cinzas’. Em relação aos anos anteriores houve um aumento, com 2010 apresentando 78% de RCEs de gases industriais, 83% em 2009 e 84% em 2008. E das 572 milhões de RCEs de projetos de HFC e N2O emitidas a partir de 30 de abril de 2011, 375 milhões, ou 65%, já foram entregues para o cumprimento no ETS.
Para Mercus Ferdinand, analista de mercado da Thomson Reuters Point Carbon, a grande utilização destes créditos ‘cinzas’ está ligada à proximidade da proibição deles no mercado europeu.
“A participação de créditos ‘cinzas’ usados para o cumprimento é muita alta e mostra que os participantes do mercado estão ansiosos para usar o maior número possível deles antes que o critério de elegibilidade entre em vigor no final da fase dois do esquema”, comentou Ferdinand.
Segundo o analista, essa grande emissão de créditos provenientes de gases industriais é uma das razões pelas quais os preços das RCEs vendidas no mercado secundário estavam mais baixas do que as Permissões da União Europeia (EUAs) no último ano.
“O alto uso de créditos ‘cinzas’ em 2011 confirma nossas expectativas de que as futuras restrições qualitativas para créditos de gás industrial foram um importante fator para o preço baixo das RCEs comparado às EUAs que observamos nos últimos 12 meses”, observou ele.
“Isso confirma nossa visão de que o restante do ano provavelmente continuará com uma pressão negativa sobre os preços nos contratos de RCEs de dezembro de 2012, já que mais créditos de gases industriais serão lançados e terão que ser usados antes que a fase dois termine, em abril de 2013”, concluiu.

Autor: Jéssica Lipinski   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Point Carbon

Por favor, compartilhe!

  • Share to Facebook
  • Share to Twitter
  • Share to Google+
  • Share to Stumble Upon
  • Share to Evernote
  • Share to Blogger
  • Share to Email
  • Share to Yahoo Messenger
  • More...

Parceiros

Scroll to top