Taxa de reciclagem de PET atinge 57,1% no Brasil no ano de 2011


Tubulações, torneiras e telhas são alguns dos
 produtos  alternativos que são produzidos
 a partir do PET reciclado
Fotos: Divulgação /Abipet


MARISTELA CRISPIM
EDITORA DE REPORTAGEM ESPECIAL

País consolida posição entre os líderes mundiais da atividade e se destaca na variedade de produtos

A reciclagem das embalagens Poli (Tereftalato de Etileno), ou simplesmente PET, como as garrafas de refrigerantes, água mineral e óleo de cozinha descartáveis, está em franca ascensão no Brasil. O encarregado de relações com o mercado da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), Hermes Contesini, explica que há, hoje, aproximadamente 500 recicladores de PET no País, isso descartando os que reciclam esporadicamente ou em volumes pequenos.



A evolução da reciclagem é impressionante: em 2004 foram recicladas 167 mil toneladas, com uma taxa de 18,8% de reciclagem; e, em 2011, foram 294 mil toneladas, taxa de 57,1%. A principal origem do resíduo declarada no censo foi catadores (47%), seguida por cooperativas (21%). Os outros juntos somaram 39%.

O volume total reciclado em 2011 corresponde a um aumento de 4,25% em relação às 282 mil toneladas recicladas em 2010. Esse índice é mais do que o dobro do crescimento registrado na produção de novas embalagens, que mesmo enfrentando a crise mundial, foi de 2% em 2011. Atualmente, com faturamento de R$ 1,2 bilhão, a reciclagem responde por mais de um terço de todo o faturamento da indústria do PET no Brasil.

Destinação



O mercado têxtil continua sendo o principal destino de todo o PET reciclado no Brasil (39,3%). Dentro desse universo, em 2010, foi de 43% para não-tecidos, 30% para tecidos-malhas e 27% para cerdas, cordas e monofilamentos. Os dados são do 8º Censo da Reciclagem do PET no Brasil 2011. Foram ouvidos 409 recicladores ou aplicadores, a maioria no Sudeste ou Sul, sendo 178 em São Paulo, 45 em Santa Catarina, 39 no Rio Grande do Sul e 32 no Rio do Janeiro. No Nordeste, são 36 recicladores, em sete Estados, com destaque para Pernambuco (10), Bahia e Ceará (cada um com 8).

Segundo Contesini, isso aconteceu porque se estabeleceu uma cadeia integral. Mas o PET chegou ao Brasil na forma como mais o reconhecemos, a embalagem, com 20 anos de atraso, e, com isso, a participação da resina não-virgem na produção de têxteis foi se ampliando. Um dos fatores de crescimento da reciclagem do PET é a facilidade de identificação, já que 80% das embalagens de água, refrigerante e óleo são feitas do material.

Contesini destaca, no entanto, que, paralelamente, o Brasil, em virtude grande versatilidade do material, é o País que mais desenvolveu aplicações para a o PET pós-consumo no Planeta. "Hoje essa indústria já trabalha com ociosidade pela falta de garrafas coletadas", avalia.

Ele conta que, lá no início, entre 1994 e 1995, o PET era visto como um plástico qualquer, a reciclagem era feita com adaptação de equipamentos, pagava-se relativamente pouco pelo material porque o catador não tinha acesso direto ao reciclador. Hoje, de acordo com o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), o PET só perde em valor para o mais cobiçado de todos os materiais da reciclagem: o alumínio.

A maior parte dos produtos feitos de PET
 reciclados está no setor têxtil, incluindo tecidos

Neste sentido, ressalta que o mercado ainda depende de iniciativas muito pulverizadas e que o catador coleta e vende o que a eles interessa, com um poder de ação limitada, complementando as ações públicas. Eles seriam muito melhor aproveitados, como profissionais capacitados que são, em centros de triagem", acredita.



O material, que é um poliéster termoplástico, tem como características a leveza, a resistência e a transparência, ideais para satisfazer a demanda do consumo doméstico de refrigerantes e de outros produtos, como artigos de limpeza e também comestíveis em geral.

O material foi desenvolvido em 1941, pelos químicos ingleses Whinfield e Dickson. Mas as garrafas produzidas com este polímero só começaram a ser fabricadas na década de 1970, após cuidadosa revisão dos aspectos de segurança e meio ambiente envolvidos.

No começo dos anos 80, Estados Unidos e Canadá iniciaram a coleta dessas garrafas, reciclando-as inicialmente para fazer enchimento de almofadas. Com a melhoria da qualidade do PET reciclado, surgiram aplicações importantes, como tecidos, lâminas e também as garrafas para produtos não alimentícios.

O potencial de todos esses mercados é confirmado pelos 409 recicladores entrevistados. Desses, 42% afirmam que o setor têxtil continuará apresentando o maior crescimento na utilização do PET reciclado. Para outros 33%, as embalagens de alimentos representam o segmento mais promissor para a reciclagem do PET. A novidade é que 8% desses recicladores acreditam que as aplicações técnicas para o mercado automotivo ganharão destaque ao longo dos próximos anos.

Mais informações:

Abipet: 
http://www.abipet.org.br/ 

Empre: 
http://www.cempre.org.br/

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