Investimentos no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo devem cair muito nos próximos anos


Analistas afirmam que RCEs podem cair para €0,50 em 2020

Autor: Fernanda B. Mûller.
A oferta de créditos de carbono no mercado europeu gerados sob os dois mecanismos de flexibilização do Protocolo de Quioto, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e a Implementação Conjunta (IC), pode alcançar 1,4 bilhão de unidades até 2020, estima a Thomson Reuters Point Carbon.
"A potencial oferta agora atingiu um volume no qual acreditamos que nem todas as reduções de emissão serão expedidas, ao passo que alguns proprietários de projetos dão uma pausa [nos pedidos] de emissão, esperando preços mais altos" comentou Frank Melum, analista sênior da Point Carbon.
"Ou seja, haverá significativamente menos créditos do que os projetos poderiam, de outra forma, ter gerado para o mercado. Isto cria uma oferta 'latente' grande que pode entrar no mercado se os preços dos créditos aumentarem, causando retração nos valores".
Segundo Melum, nos últimos meses o mercado apresentou novos elementos, principalmente o crescimento da cautela dos proprietários de projetos, que começaram a levar em conta os baixos preços das Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) secundárias ao decidirem se o nível de preço do crédito cobriria os custos da expedição.
Outra analista da Point Carbon, Anne Katrin Brevik, completa que a conexão histórica entre os preços das RCEs e permissões de emissão (EUAs, em inglês) parece ter ficado para trás. Agora, espera-se que os preços das RCEs sejam determinados pelos custos de monitoramento, verificação e emissão em vez da movimentação no mercado europeu, explicou Brevik.
"Mesmo se o processo de adiamento dos leilões de EUAs for bem sucedido e o seu valor aumentar nos próximos anos, não esperamos que isso tenha um impacto significativo sobre os preços das RCEs", ponderou.
A Point Carbon prevê que o valor das RCEs secundárias ficará na média de €1,16/t durante a terceira fase do EU ETS, menos da metade da estimativa anterior.  Para 2014, as RCEs secundárias devem ficar na média de €2,5/t, caindo para €1 em 2018 e 2019 e para €0,50 em 2020 devido à oferta em excesso. 
A conclusão é de que os investimentos em projetos de MDL devem ficar escassos nos próximos anos.
“Para garantir a sobrevivência do MDL como mecanismo de redução das emissões de carbono, diversos países terão que assumir metas de corte muito mais ambiciosas para 2020 e além. Adicionalmente, os países precisam estar dispostos a usar as reduções de emissão alcançadas através do MDL para cumprir estas metas. Nenhuma destas condições parece provável de ser atendida”, lamenta Brevik.
A Point Carbon estima que a demanda geral por créditos de compensação de emissões na União Europeia, Japão e mercados de carbono na Austrália e Nova Zelândia totalizará 2,675 bilhões de unidades em 2020, resultando em um excedente potencial entre 825 milhões e 1,43 bilhão. Fonte: Instituto CarbonoBrasil

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