População de atum valioso caiu 96% no norte do Pacífico, diz pesquisa


Atum mais valioso (Foto: REUTERS)Atum vendido por R$ 3,3 milhões no Japão; valor comercial do peixe dificulta a proteção da espécie.
(Foto: REUTERS)

A espécies de atum Thunnus orientalis, muito valorizada pelos amantes do sushi, viu sua população cair 96% no norte do Oceano Pacífico desde que passou a ser pescado, aponta um levantamento de um comitê internacional destinado ao estudo desse peixe naquela região. As informações são do Pew Environment Group, organização sediada nos EUA.

O relatório aponta que cerca de 90% dos exemplares pescados atualmente consiste em peixes jovens, que ainda não reproduziram. Isso significa que os peixes retirados do mar no Pacífico podem ser a última geração da espécie.

Na semana passada, um atum  foi vendido no Japão por mais de R$ 3,3 milhões, o que reflete sua raridade e a demanda contínua por sua carne, vendida a preços elevados em toda a Ásia e em alguns restaurantes ocidentais.

A espécie é considerada pelos cientistas como um dos habitantes mais bem-sucedidos da natureza no oceano. Ele é o maior dos atuns e está no topo da cadeia alimentar, com alguns poucos predadores naturais. Mas o advento de métodos de pesca industrial e gosto para a espécie entre os ricos adoradores do sushi deixaram o peixe à beira da extinção.


Nove em cada dez peixes são capturados ainda
jovens, antes que possam reproduzir (Foto: AP)

Para Amanda Nickson, diretora da Campanha Global de Conservação do Atum do Pew Environment Group, medidas urgentes precisam ser tomadas para preservar as populações existentes e permitir a recuperação da espécie. "Hoje, a população desse atum do Pacífico é uma pequena fração do que costumava ser e corre perigo de desaparecer", disse ela.De acordo com a pesquisa, se as tendências atuais continuarem, a espécie será extinta em breve no Oceano Pacífico e os corpos congelados e mantidos em alguns armazéns asiáticos serão seu último suspiro.

Por anos, a proteção à espécie e a regulação da pesca desse peixe foi negligenciada. Mas, nos últimos anos ficou claro que ele está em perigo, por conta da pesca predatória e da sua própria biologia - por ser maior do que os demais atuns, a espécie leva mais tempo para chegar à maturidade sexual, o que limita sua capacidade reprodutiva e o torna mais vulnerável à pesca industrial.Segundo ela, as principais frotas de pesca do peixe provêm do Japão, México, Coreia do Sul e Estados Unidos. O elevado valor dos poucos peixes restantes é um incentivo adicional aos pescadores para caçar o último da espécie, já que um único exemplar pode tornar rico quem o encontrou.

"Esta avaliação mostra o quão ruim é a situação para este predador. Por ter um valor mercadológico elevado, ele vem sendo explorado em quase todas as fases do seu ciclo de vida. A pesca continua nas áreas de desova da espécie tornam a atividade predatória”, afirma Nickson.

Fonte: G1

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