O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) entregou recentemente ao Ministério do Meio Ambiente um relatório detalhado sobre as mudanças climáticas provocadas pelo o aquecimento global em território brasileiro.
O estudo avaliou dois cenários. Um mais otimista, em que todos se mobilizam para combater o problema imediatamente, e outro mais pessimista, em que as emissões de gases de efeito estufa continuam aumentando. O resultado apresentado foi que, mesmo no cenário mais otimista, a temperatura vai aumentar ainda mais em todo o país até 2100.
Uma das primeiras constatações do documento é que o aumento da temperatura já está em curso. Na região Sudeste, por exemplo, o percentual de noites quentes aumentou de 5% para 35% entre a década de 1950 e 2000.
Já a temperatura média do ar no País, hoje em torno de 25ºC, pode chegar a 26,3ºC no cenário mais otimista e 28,9ºC no cenário mais pessimista. Isso pode provocar o aumento dos casos como de dengue e malária, uma vez que os insetos transmissores encontram mais facilidade em se reproduzir em ambientes quentes. E também aumenta o risco de se contrair, por água contaminada, doenças como cólera e salmonela.
Essas elevações de temperatura podem causar a diminuição do volume de águas nos rios da Amazônia, de 15% a 20%. Com isso, o regime de chuvas na região poderá ser alterado, reduzindo o volume de chuvas e tendo um efeito que pode se estender também ao Sul e Sudeste. Além disso, os problemas de alagamento nas grandes cidades poderão tornar-se ainda mais graves.
Na costa brasileira, a elevação do nível do mar pode chegar até meio metro. Essa elevação do nível do oceano Atlântico pode afetar 42 milhões de pessoas que vivem nessas áreas, ou 25% da população brasileira. O documento observou a tendência de aumento do nível do mar a uma taxa de 40 centímetros por século (4 milímetros por ano) nas últimas décadas.
Fonte: engenharia é