Devido ao aquecimento global há muita preocupação sobre como será o futuro do planeta. Mas enquanto as temperaturas crescem e os olhos se voltam para o derretimento das geleiras, o impacto será sentido primeiro nos trópicos, segundo um estudo recente.
A pesquisa liderada por Camilo Mora, professor do Departamento de Geografia da Universidade do Hawaii, mostra que, devido à baixa variação natural nas temperaturas do ar e dos oceanos e outras variações climáticas nos trópicos, qualquer alteração mínima causará um grande impacto para a fauna e flora dessas regiões. Isso afetará diretamente a biodiversidade do planeta, já que grande parte das espécies estão localizadas nessas áreas.
Para se obter os dados deste estudo, Camilo Mora e sua equipe analisaram 39 diferentes modelos climáticos e alimentaram dois cenários. O primeiro, que considera que a continuidade do panorama atual, indica que, em 2047, a temperatura normal vai superar as maiores temperaturas entre 1860 e 2005. Já o segundo cenário, leva em conta uma diminuição agressiva e significativa nas emissões, apontando que, ao invés de 2047, a temperatura alcançaria o mesmo nível do primeiro cenário somente em 2069.
A temperatura da superfície da água do mar, a evaporação, o fluxo de calor, o pH do oceano, a precipitação e a transpiração das plantas também foram consideradas como variáveis significativas.
Quando questionado acerca das datas específicas de 2047 e 2069, Mora afirmou que elas possuem uma margem de erro de três a quatro anos. Embora o estudo tenha analisado somente os últimos 145 anos para alcançar seus resultados, o grupo de pesquisadores afirma que, quando a mesma análise foi feita para os últimos mil anos, os resultados variaram somente dois anos.