Em Pequim, Estados Unidos e China anunciam acordo histórico
para redução das emissões de gases do efeito estufa. Os dois países são os
maiores poluidores mundiais.
Após conversas bilaterais, o presidente americano, Barack
Obama, e seu colega de pasta chinês, Xi Jinping, apareceram juntos em coletiva
de imprensa, nesta quarta-feira (12/11), em Pequim. Na capital chinesa, Obama
falou de um "acordo histórico" e um "divisor de águas" nas
relações sino-americanas.
Segundo informações da Casa Branca, até 2025 os Estados
Unidos pretendem reduzir suas emissões de gases poluentes entre 26% e 28% em
relação a 2005. Já a China calcula que, por volta de 2030, o país atingirá o
ápice das emissões de gases estufa. A partir desse ponto, Pequim pretende
estancar ou iniciar um processo de redução de suas emissões, disse a Casa
Branca.
Além disso, foi anunciado que Pequim pretende atingir esse
objetivo mesmo antes de 2030. De acordo com informações americanas, a China
planeja aumentar para 20% a proporção de combustíveis não fósseis em sua matriz
energética. Representantes do governo chinês informaram que, no ano passado, a
proporção de energias renováveis na matriz energética chinesa girou em torno de
10%.
Cúpula do Clima
É a primeira vez que a China estabelece uma data aproximada
para a redução de suas emissões de gases tóxicos, que, segundo cientistas, são
os responsáveis pelo aquecimento global. No próximo ano, um novo acordo global
do clima deverá ser assinado em Paris com vista à contenção do aquecimento
global para o período após 2020.
Na coletiva de imprensa em Pequim, o presidente chinês disse
que ambos os países estão determinados a colaborar para que se chegue a um
acordo em Paris. Em Bruxelas, os 28 países-membros da União Europeia
concordaram, em outubro último, em reduzir as suas emissões de gases tóxicos em
"pelo menos 40%".
EUA e China são os maiores produtores de gases poluentes.
Até agora, o bloqueio mútuo dos dois países na política climática
impossibilitou avanços nas negociações do clima da ONU. Diante da Cúpula do
Clima no próximo ano, em Paris, já se esperava para estes dias um anúncio por
parte de EUA e China quanto à sua contribuição ao acordo climático.
Fonte: DW