O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)
lançou ontem (2) a parte final de seu 5º Relatório de Avaliação do clima. Esse
volume sintetiza os documentos e as descobertas do órgão do último ano e traz,
pela primeira vez, a clara mensagem aos governantes de que nossa visão deve ser
zerar as emissões de gases de efeito estufa.
Entre 2000 e 2010 as emissões cresceram mais rapidamente do
que na década anterior, sobretudo em razão do aumento do uso de carvão para
geração de energia. Hoje, a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera
é a mais alta desde últimos 800 mil anos. Se nada for feito, a previsão é de
que até 2100 a temperatura média global aumente 5ºC.
A maneira mais fácil de reduzir essa tendência é acelerar a
adoção de energias renováveis, um processo que já tem acontecido ao redor do
mundo.
“Para os cientistas, não há nenhuma dúvida sobre como devemos lidar com
as mudanças climáticas. Os Governos podem entender isso e começar a reduzir
imediatamente o uso de carvão e óleo, ou podem ignorar essa realidade e só
lidar com ela mais tarde, a um custo econômico e social muito mais elevado.
Não
há porque ignorar o elevado potencial das energias renováveis e atrasar nossa
migração para um futuro sustentável.”, disse Martin Kaiser, diretor de política
climática internacional do Greenpeace.
A eliminação do uso de combustíveis fósseis juntamente a
outras medidas (como o fim do desmatamento) pode levar a que, em 2100, as
emissões globais de gases de efeito estufa sejam quase zeradas. Se
considerarmos somente as emissões de geração de eletricidade, contudo, esse
número precisa ser alcançado ainda em 2050.
As conclusões do relatório final do IPCC não deixam dúvidas
referentes ao que pode acontecer caso nada seja feito para reduzir as emissões
globais de gases de efeito estufa. “Agora, é preciso que, no próximo ano, em
Paris, os governantes traduzam esses fatos em um compromisso de redução de
emissões que reflita a urgência e a importância do momento em que estamos.”,
disse Bárbara Rubim, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
Fonte: Greenpeace.