Algramo: Máquina que vende comida barata é das grandes inovações latinoamericanas dos últimos tempos


Esta máquina que vende comida barata é das grandes inovações latinoamericanas dos últimos tempos


A mais inovadora empresa da América Latina, segundo a prestigiosa revista americana Fast Company, fica no Chile, e é tocada por um rapaz de 26 anos, recém-formado em engenharia. José Manuel Moller criou há dois anos a Algramo, junto com dois colegas, para fabricar máquinas de venda automática de itens de primeira necessidade, como arroz, lentilha e sabão líquido.


No Brasil estamos acostumados a usar vending machines para refrigerantes e no máximo alguns salgadinhos. Mas mundo afora, é possível comprar de tudo nessas máquinas, de lingeries a caviar. O que faz da Algramo diferente do resto é tanto o funcionamento quanto o propósito.

Ao invés de vender produtos embalados, a máquina vende tudo por peso (al gramo significa “por grama”). O comprador coloca o vasilhame no bocal, seleciona a quantidade e pronto. Sem grandes custos de embalagem, marketing e estocagem, a máquina pode vender os produtos por até 40% menos que a concorrência.

E essa era a grande motivação de Moller. Em uma entrevista recente para o jornal chileno El Dínamo, ele contou que enquanto estava na faculdade (a famosa Universidade Católica), o rapaz se mudou para a periferia de Santiago. A ideia era, junto de 4 colegas, tentar entender melhor os problemas da população. E descobriu que as mercearias vendiam tudo mais caro. Sem o poder de comprar em grande quantidade ou a logística dos hipermercados, as vendinhas acabavam cobrando mais da população que tinha menos dinheiro para pagar. Moller diz que há uma “imposto para pobres” na forma de produtos mais caros em quantidades menores.

A Algramo, que começou em uma incubadora social e recebeu financiamento da universidades e empresas como a Movistar, tenta resolver isso. Ao comprar em grandes quantidades, ela consegue negociar preços melhores, e como distribui menos variedade, a logística é simplificada. Parte do lucro vai para o dono do mercadinho onde a máquina é instalada. Já há 162 mercearias de Santiago com o sistema.

A empresa irá agora competir no Vale do Silício com outras boas ideias – o prêmio é de 1 milhão de dólares. Moller diz que, se ganhar, vai usar o dinheiro para expandir as atividades para outros países que precisam da Algramo, como Brasil e Índia. As máquinas serão muito bem-vindas.

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