O
futuro da música continua a estar no digital, mas o ressurgimento dos discos de
vinil está a deixar muitos de boca aberta, incluindo a indústria e os seus
fornecedores que, nos Estados Unidos, não conseguem acompanhar o aumento da
procura deste formato inventado em 1948.
Segundo
a Time, as vendas de discos de vinil aumentaram 52% nos Estados Unidos em 2013,
para os 9,2 milhões de discos, e no Reino Unido, avança o Guardian, as vendas
de Novembro passado bateram um recorde de 18 anos no mês.
Os
fãs deste pedaço de plástico afirmam que o som é mais rico e limpo, mas a
verdade é que a nostalgia trouxe novos consumidores para este mercado que
esteve praticamente morto. O problema, agora, é a infraestrutura antiquada. “As
máquinas de fabrico de discos de vinil têm várias décadas e ninguém quer
investir em novas, por isso é difícil acompanhar a procura”, revela o
Smithsonion.
Nos
Estados Unidos existem cerca de 16 fábricas de discos de vinil a operar a 100%,
e as editoras norte-americanas procuram outras empresas que tenham deixado de
produzir, de forma a avaliar as respectivas máquinas e, se possível, colocá-las
a trabalhar novamente.
Hoje,
as editoras esperam meses por discos encomendados quando, há algumas décadas,
essas encomendas chegavam em poucas semanas. Para aumentar a produção, algumas
fábricas deixam as suas máquinas a trabalhar 24 horas por dia, o que faz
disparar o custo da manutenção e reparação.
E
para o ambiente, o que significa o ressurgimento dos discos de vinil? Segundo a Alpha Vinyl Record Pressing,
alguns ambientalistas terão celebrado o regresso do vinil, uma vez que o valor
sentimental e mesmo de mercado do disco de vinil é maior do que o do CD ou DVD,
ou seja, dificilmente alguém joga fora um disco de vinil, mesmo que ele esteja
riscado.
Por
outro lado, é fácil gravar um CD de música, o que não acontece com o vinil. A
realidade da associação do disco de vinil ao ambiente, porém, não será bem
assim. O Slate afirma
que o formato digital reduz grandemente os custos ambientais associados à
compra de música – e a banda larga ajuda tornar este processo ainda mais amigo
do ambiente.
Existe
ainda a questão dos padrões de compra. Ainda que a embalagem dos discos de
vinil seja mais sustentável do que a dos CD – cartão em vez de caixas de
polistireno – a verdade é que o disco de vinil é duas vezes mais pesado que o
CD, o que impacta negativamente a utilização de combustível no seu transporte.
Por
outro lado, os discos são feitos de policloreto de vinila, o PVC, um plástico
altamente insustentável, responsável por grandes emissões de gases com efeito
de estufa. E ainda que os fabricantes de discos de vinil falem já de
experiências com bioplástico, a verdade é que estas ainda estão longe de
se efetivar. Por tudo isto, o regresso do disco de vinil não será uma notícia
muito agradável para o ambiente. E o leitor, concorda?
Fonte: Green Savers