Dez anos atrás, o Furacão Katrina passou pelo Golfo americano, devastando grande parte da cidade de New Orleans. Dois anos depois da catástrofe, após perceber que a cidade não se reconstruia, a estrela de Hollywood e entusiasta da arquitetura, Brad Pitt, lançou o Make It Right, um projeto que tinha como objetivo construir 150 casas projetadas por 20 arquitetos internacionalmente reconhecidos.
Nos últimos oito anos, Make It Right não apenas ajudou a reconstruir a região mais afetada de New Orleans, mas também começou a difundir seu trabalho nos estados de Missouri, Montana e New Jersey, com mais projetos previstos para os próximos anos. Embora a organização sem fins lucrativos tenha obtido sucesso em seus esforços, ela também enfrentou muitas críticas.
Em uma recente entrevista com NOLA, Pitt comenta algumas destas críticas, refletindo sobre o crescimento da organização e as mudanças que ela causou. Saiba mais sobre a opinião de Pitt, a seguir.
Inspirado na filosofia "Cradle-to-Cradle" de William McDonough, Make It Right tem como objetivo construir casas acessíveis, seguras e com certificado LEED Platina. Segundo Pitt, as casas eram destinadas a famílias de pouco poder aquisitivo, mas não são construídas "com os materiais mais baratos que deixam as famílias em uma armadilha de pobreza." Assim, as casas foram vendidas por aproximadamente US$ 150 mil e podiam ser compradas através de assistência financeira.
Devido ao alto padrão das casas, o projeto Lower Ninth Ward (região mais afetada de New Orleans) custou cerca de US$26,8 milhões, uma cifra que teve bastante repercussão.
Olhando em retrospectiva, Pitt parece concordar que mais casas poderiam ter sido construídas com o custo total do projeto, mas nota que quantidade nunca foi a prioridade. O ator tem esperança de que o custo de casas eficientes como as construídas no projeto diminuam com o tempo, equiparando-se ao custo de casas convencionais.
"Entramos nessa muito ingenuamente", comentou Pitt, "pensando apenas que podíamos construir casas - quão difícil é isso? - e sem entender das estruturas de empréstimo e aconselhamento financeiro familiar, tampouco sabendo como seria possível adquirir os lotes desejados. Então, foi um grande aprendizado."
Além dos altos custos, também houve críticas em relação ao projeto ser muito chamativo, centrado em celebridades, não apenas de Pitt, mas também dos arquitetos envolvidos, como Shigeru Ban, Frank Gehry, Kieran Timberlake, Hitoshi Abe, Morphosis e outros. Alguns também criticaram o planejamento falho do projeto, essencialmente porque este previa a construção de novas casas mas não se dispunha a tentar tornar o entorno mais coeso.
No entanto, Pitt explica que agora que as pessoas conhecem mais em relação às práticas construtivas sustentáveis do projeto, este tipo de crítica parece estar diminuindo.
Pitt explica o projeto, dizendo que "os moradores, as famílias é que projetaram o conjunto [...] Elas tinhas as escolhas a sua frente. Elas escolheram as casas que atende às suas necessidades. Elas escolheram as cores. Elas escolheram como a casa funcionaria. E, agora, começar a ver o conjunto tomando forma, ver a topografia que se formou por causa dessas escolhas individuais, é muito emocionante. Porque é algo que nunca poderíamos ter planejado."
O "ecletismo" do bairro se tornou sua assinatura: Como um "pequeno oásis de cor e painéis fotovoltaicos", o primeiro projeto do Make It Right se tornou um símbolo do crescimento desde a tragédia de 2005, apesar de todas as dificuldades enfrentadas.
Leia mais sobre o otimismo de Brad Pitt em relação ao projeto e à organização na entrevista do NOLA, aqui.
Via NOLA e Make It Right.
Fonte: archdaily