
Os micróbios são naturalmente
ignorados quando se aborda o tema das alterações climáticas, mas a verdade é
que estes têm mais impacto do que os ursos polares no ciclo de carbono da Terra
– e consequentemente no nosso clima, avança o The Guardian.
Um novo estudo da publicação Science
Advances refere que as bactérias do fundo do mar e a arqueia
(semelhante a uma bactéria mas com uma genética e bioquímica diferente) são
sensíveis ao clima. E porque o seu habitat cobre 65% de todo o globo, estas
são, para além de fazerem parte da biosfera, importantes na regulação do
carbono no fundo do mar e afetam – e são afetadas –, a longo-prazo pelas
alterações climáticas.
Os micróbios em questão
encontram-se 15 centímetros acima do fundo do mar e alimentam-se de excrementos
e de cadáveres microscópicos de vida provenientes dos níveis superiores do
oceano.
Para o seu estudo, os cientistas
da Universidade Politécnica de Ancona, Itália, recolheram 228 amostras de
micróbios oriundos de vários locais do Atlântico Norte e do Mediterrâneo, a
vários níveis de profundidade (400 a 5.570 metros de profundidade) e diferentes
temperaturas.
Os investigadores mediram as
populações microbianas utilizando duas técnicas de identificação de DNA
independentes e descobriram que os micróbios do fundo do mar prosperam onde as
temperaturas da água são mais frias. Por outro lado, eles diminuem
significativamente onde as águas são mais quentes. Os cientistas identificaram
também que, nas águas mais quentes, a penetração de carbono orgânico fornecido
pelas águas mais superficiais é inferior, ou seja, a população de micróbios em
águas quentes é limitada pela sua comida também o ser.
Os resultados do estudo confirmam
que até os mais pequenos seres são atingidos pelas alterações climáticas. Dos
ursos polares aos micróbios.
Fonte: Green Savers