Prédios corporativos investem cada vez mais em eficiência energética nos centros urbanos



O mundo começa a se dar conta de que é preciso fazer algo para conter alguns dos problemas causados pelos seres humanos ao planeta e tornar seu habitat mais sustentável. Desenvolver é preciso, mas sem comprometer as futuras gerações e sem esgotar os recursos. E uma das formas encontradas pelo Homem foi investir em projetos de eficiência energética, capazes de reduzir a emissão de gases do efeito estufa (GEE) e o consumo de energia.

É fato que os centros urbanos consomem a maior parte da energia produzida no mundo. De acordo com estudo feito pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), os edifícios representam uma das principais fontes de consumo de energia, internacionalmente e no Brasil, e são parcialmente responsáveis pelo alto crescimento em consumo energético e emissões de CO2. Já segundo o WRI Cidades Sustentáveis, organização de pesquisa parceira da ONU em iniciativas ligadas a desenvolvimento urbano e sustentabilidade, daqui a uma década e meia, mais ou menos, quase dois terços da população mundial viverão em cidades e, com isso, o consumo de energia deve crescer 33%, provocando, consequentemente, o aumento da emissão de GEE.

Pensando neste quadro mundial preocupante, em abril de 2016, 195 países que integram o UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change) - dentre os quais, o Brasil - aprovaram o Acordo de Paris, para reduzir emissões de GEE no contexto do desenvolvimento sustentável. No entanto, bem antes do Acordo de Paris, o Brasil já vinha adotando algumas medidas nessa direção.

Para cada 1 dólar investido, 2 dólares são economizados em novos custos de geração e distribuição de energia elétrica
Em 2001, o racionamento de energia foi o marco para a promulgação da chamada Lei de Eficiência Energética, que dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia. Ela foi regulamentada pelo Decreto no 4059, em dezembro de 2001, que estabeleceu que deveriam ser criados parâmetros referenciais para a eficiência energética em edificações, com "indicadores técnicos e regulamentação específica" para estabelecer a obrigatoriedade dos níveis de eficiência no país.

É fato que construir estruturas eficientes energeticamente é uma das formas mais rentáveis de uma cidade reduzir as emissões de gases de efeito estufa e ainda contribuir para a economia. Este é um dado comprovado pelo WRI, que concluiu em suas pesquisas que para cada 1 dólar investido, 2 dólares são economizados em novos custos de geração e distribuição de energia elétrica.


Follow Energy

Neste somatório de ações em direção a um mundo consciente que consome menos energia, vários prédios corporativos tomaram a iniciativa de adotar sistemas que tornem as edificações mais eficientes em relação ao uso de recursos energéticos. Uma ferramenta que vem sendo bastante utilizada em prédios comerciais e corporativos é o Follow Energy, sistema que faz a gestão e o monitoramento do consumo de energia, água e gás, de uma forma prática, com dados e relatórios que ficam armazenados na “nuvem”, e que são acessíveis ao cliente até por meio do smartphone.

“Vemos no mundo todo empresas implantando projetos sustentáveis e que garantam a eficiência de suas instalações. O Follow Energy se encaixa neste processo ao monitorar e trazer dados e informações relevantes para a gestão, e ao permitir que sejam identificadas oportunidades para o uso eficiente dos recursos”, explica Michael Belém, consultor comercial da ACS, empresa que comercializa o sistema no Brasil e no exterior.

Segundo o gerente comercial da ACS, Alexander Dabkiewicz, só na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, são mais de 30 prédios comerciais fazendo uso do sistema. “Além permitir a gestão, o sistema também auxilia o administrador na operação do condomínio, como por exemplo, ao monitorar o consumo de água e alertar sobre vazamentos, supervisionando nível de reservatórios para garantir o abastecimento de água no prédio, e até alertando sobre falta de energia e possíveis falhas no acionamento de um grupo gerador” complementa Alexander.


Centro Empresarial Castello Branco, no Rio: redução de custos e rateio

Uma das edificações fluminenses que faz uso do Follow Energy é o Centro Empresarial Castello Branco (foto à esq.), com 31 andares, localizado em uma das principais avenidas do Centro do Rio de Janeiro. O edifício abriga desde agências bancárias e empresas do ramo energético e petrolífero até o Teatro Nelson Rodrigues. Um dos maiores gastos do Centro Empresarial é com energia elétrica e, como na maioria dos prédios corporativos, os sistemas de ar condicionado representam grande parcela deste consumo.


“O objetivo com a implantação da ferramenta de monitoramento de energia era adquirirmos rapidez e acuidade no levantamento de dados sobre o consumo de energia elétrica”, diz José Ayres Fortes Bustamante Filho, gerente de Manutenção Predial do Centro Empresarial Castello Branco.

Através da ferramenta, segundo conta José Fortes, o edifício conseguiu alcançar seu objetivo e reduzir bastante o consumo elétrico. “Vale a pena investir em um sistema de gestão de energia. O valor mensal pago, que é baixo, compensa o que se gastaria em luz. Além disso, a cobrança do rateio de energia entre os locatários ficou mais rápida e com menos erros’”, declara o gerente de manutenção.

Edifício Birmann 21, em São Paulo: gestão sustentável e inteligente

Na capital paulista, outro condomínio corporativo que faz uso do Follow Energy e vem dando exemplo de consumo consciente de energia é o Edifício Birmann 21, em Pinheiros, usuário do Follow Energy e detentor do selo Leed (Leadership in Energy and Environmental Design). A certificação é dada para os “green buildings” ou edifícios verdes, e atesta que o edifício atende a padrões internacionais em gestão de sustentabilidade, como, por exemplo, eficiência energética e otimização de consumo de água.


O Birmann 21, que até final de 2013 ficou alugado exclusivamente para uma empresa, hoje divide seus 26 andares com diversas companhias. Este processo de transição de prédio “monousuário” para “multiusuário”, assim como um novo conceito de gestão do empreendimento, levou a nova administradora, a Cushman & Wakefield, a procurar um sistema que a auxiliasse no controle e gerenciamento dos recursos de água e luz.

“Não seria possível fazer uma gestão sustentável e inteligente de condomínio sem este sistema. Fica inviável controlar as despesas, fazer o rateio e promover um plano de redução de consumo de água e energia sem ele. Realmente temos que concordar com a seguinte frase: ‘não se pode mensurar o que não se controla’”, declara Emerson Melo, property management da Cushman & Wakefield, ŕesponsável pela administração do Edifício Birmann 21.

De acordo o gerente do edifício, por meio dos dados de controle fornecidos pela ferramenta, foi possível montar um plano de gestão para redução dos gastos, uma vez que é possível realizar o mapeamento dos principais pontos de consumo.
“Também temos um painel de monitoramento na administração, onde visualizamos as principais informações do Follow, e analisamos os dados diariamente em busca de alguma distorção”.


Uma das ações recentes foi a possibilidade de identificar os reais consumos do sistema de ar condicionado, otimizando seu uso e proporcionando um rateio de forma correta a todos os locatários. Frente às análises e plano de ação já implantados, Emerson considera que houve uma redução de 15% a 20% no consumo de energia elétrica do condomínio.
Fonte: EcoD

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