Combater o desmatamento, investir em políticas de incentivo ao transporte público e de melhoria da qualidade do ar e aumentar o acesso da população à água potável e saneamento são algumas das lições de casa que o Brasil terá de fazer para melhorar as condições ambientais e a qualidade de vida da população.
As recomendações são do Panorama Ambiental Global (GEO5, na sigla em inglês), amplo estudo que o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) divulga nesta quarta-feira (6) no Rio.
O GEO5 é o quinto relatório de uma série e contempla seis macrorregiões do mundo (América Latina e Caribe, América do Norte, Europa, Ásia Ocidental, Ásia Pacífico e África). Faz um balanço dos principais avanços e problemas ambientais nos continentes e traz uma série de recomendações para que os países progridam nesse campo e tomem decisões mais arrojadas na Rio+20.
O relatório mostra que a região da América Latina e Caribe, que inclui o Brasil, se mantém como uma das mais ricas em recursos naturais e biodiversidade do mundo: concentra 23% das florestas e 31% dos recursos hídricos do planeta. No entanto, essa riqueza está ameaçada pelo avanço de atividades humanas, como a pecuária, o cultivo de soja e a extração de recursos naturais.
"América Latina e Caribe estão vendo as piores taxas de desmatamento do mundo. A região perdeu 4 milhões de hectares/ano de florestas no período de 2005 a 2010", ressalta o relatório, que propõe a adoção de políticas públicas mais efetivas de combate ao desmatamento e de uso sustentável da terra.
Outro desafio do Brasil e da América Latina, segundo o GEO5, será lidar com o crescimento e a urbanização da população --desde a década de 1960, a população na macrorregião América Latina e Caribe mais que dobrou e hoje é de 583 milhões de pessoas.
Cerca de 79% delas vivem em áreas urbanizadas, com destaque para São Paulo, que é apontada como a terceira maior metrópole do mundo, com 20,3 milhões de habitantes. Políticas públicas de acesso à água potável, saneamento e transporte devem ser reforçadas, sugere a ONU.
Fonte. Folha.com