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Foto: Ascom/Ipea |
Vanessa Petrelli, do Ipea, integrará grupo copresidido por premiê britânico.
Rio+20 lançou bases dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, convocou
a brasileira Vanessa Petrelli Corrêa, atual presidente do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) para fazer parte do Painel Consultivo que vai
elaborar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), cujas bases foram
lançadas na Rio+20.
A Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável aconteceu de 13 a 22 de
junho, no Rio de Janeiro, e reuniu mais de cem chefes de Estado no Riocentro,
onde debateram como o mundo pode se desenvolver sem impactar o meio ambiente e,
ao mesmo tempo, reduzindo a pobreza.
Vanessa será a
única representante do país no grupo, que reúne ainda outros 25 membros da
sociedade civil, do setor privado e de governos como China, EUA, França,
Alemanha, Cuba, Índia e México. Serão copresidentes das discussões o premiê
britânico, David Cameron, e os presidentes da Indonésia, Susilo Yudhyono, e da
Libéria, Ellen Sirleaf.
O debate terá
início no fim de setembro, durante a Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova
York.
Indefinição dos ODS foi motivo de frustração na conferência
Esperados como um dos principais trunfos da Rio+20, o que não aconteceu, os ODS seriam metas perseguidas pelos países para avançar ambiental, política e socialmente, reduzindo a disparidade entre nações ricas e pobres.
Esperados como um dos principais trunfos da Rio+20, o que não aconteceu, os ODS seriam metas perseguidas pelos países para avançar ambiental, política e socialmente, reduzindo a disparidade entre nações ricas e pobres.
O documento “O
futuro que queremos”, gerado na conferência, determinou a abertura do processo
de discussão para criar essas metas, cujo primeiro rascunho terá que ser
apresentado até setembro de 2013. Os ODS devem ser definidos para entrarem em
vigor em 2015, quando terminam os prazos dos Objetivos do Milênio.
Segundo
Vanessa Petrelli, a opinião brasileira será levada ao debate. “[A reunião de
setembro] será o primeiro momento para levar nossas propostas. O Brasil terá um
papel importante”, disse Vanessa.
Para
ela, divergências que já foram registradas na conferência do Rio de Janeiro –
países ricos “apertando o cinto” devido à crise e os pobres querendo mais
dinheiro para crescer economicamente -- deverão surgir durante as reuniões do
Painel Consultivo da ONU. “Mas é um momento de avançar nas propostas e de
articular com outros grupos”, explica.
Medidas aprovadas na Rio+20
O documento produzido na Rio+20 prevê a criação de um fórum político de alto nível para o desenvolvimento sustentável dentro das Nações Unidas, além de reafirmar um dos Princípios do Rio, criado em 1992, sobre as “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”.
O documento produzido na Rio+20 prevê a criação de um fórum político de alto nível para o desenvolvimento sustentável dentro das Nações Unidas, além de reafirmar um dos Princípios do Rio, criado em 1992, sobre as “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”.
Este
princípio significa que os países ricos devem investir mais no desenvolvimento
sustentável por terem degradado mais o meio ambiente durante séculos.
Outra medida aprovada é o fortalecimento do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Pnuma) e o estabelecimento de um mecanismo jurídico dentro da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Unclos, na sigla em inglês) que estabelece regras para conservação e uso sustentável dos oceanos.
Outra medida aprovada é o fortalecimento do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Pnuma) e o estabelecimento de um mecanismo jurídico dentro da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Unclos, na sigla em inglês) que estabelece regras para conservação e uso sustentável dos oceanos.
Pobreza
O texto estabelece a erradicação da pobreza como o maior desafio global do planeta e recomenda que “o Sistema da ONU, em cooperação com doadores relevantes e organizações internacionais”, facilite a transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento.
O texto estabelece a erradicação da pobreza como o maior desafio global do planeta e recomenda que “o Sistema da ONU, em cooperação com doadores relevantes e organizações internacionais”, facilite a transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento.
Esse
sistema atuaria para facilitar o encontro entre países interessados e
potenciais parceiros, ceder ferramentas para a aplicação de políticas de
desenvolvimento sustentável, fornecer bons exemplos de políticas nessas áreas e
informar sobre metodologias para avaliar essas políticas.
Fonte: G1