Iniciativas procuram analisar danos climáticos aos corais


Duas novas pesquisas que estão sendo realizadas na Austrália, Galápagos e no Mar Vermelho pretendem avaliar o atual estado destes ecossistemas para descobrir como eles estão respondendo aos efeitos das mudanças climáticas
Os corais estão entre os ecossistemas mais ricos e, infelizmente, entre os mais vulneráveis do planeta. Devido à grande quantidade de espécies que dependem deles, cientistas de todo o mundo estão preocupados com os possíveis impactos das mudanças climáticas sobre as barreiras de corais.
Um dos estudos mais recentes, que está sendo desenvolvido na Austrália e na Arábia Saudita – na Grande Barreira de Corais e no Mar Vermelho, respectivamente – foi  iniciado nesta quinta-feira (8) e visa mapear o genoma destes ecossistemas para aprender mais sobre a resiliência dos corais e prevenir uma destruição ainda maior do que a que já pode ser observada

O projeto de sequenciamento genético, chamado de Sea-quence, fará a análise dos genomas de dez espécies de corais e usará a informação para buscar formas de proteger os recifes do aquecimento global.
“As mudanças climáticas põem os recifes de coral em risco através de temperaturas da água mais quentes e oceanos mais acidificados”, explicou John Schubert, presidente da Fundação Grande Barreira de Corais.

“Infelizmente nosso conhecimento sobre a resiliência dos corais, sua capacidade de se adaptarem e as circunstâncias sob as quais eles podem se adaptar às mudanças climáticas é limitado. Através do Sea-quence podemos começar a abrir caminho para esse conhecimento essencial através da geração de dados em larga escala em toda a Grande Barreira de Corais e o Mar Vermelho”, acrescentou Schubert.

Segundo Russell Reichelt, presidente da Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Corais, atualmente apenas duas espécies de corais no mundo têm seu DNA sequenciado. “Esse projeto de pesquisa sequenciará os genomas de dez espécies de corais – fornecendo cinco vezes mais dados do que os atualmente disponíveis e identificando quais genes ajudam os corais a se adaptarem às mudanças climáticas, e quais espécies contêm esses genes.”

De acordo com os cientistas, presentemente estes dois recifes, em especial o do Mar Vermelho, enfrentam graves problemas de degradação, como o branqueamento – causado pela acidificação oceânica – e a destruição devido à maior incidência de desastres naturais, como tempestades e ciclones.

“Os corais do Mar Vermelho vivem em condições extremas comparados aos da Grande Barreira de Corais e informações comparativas entre eles ajudarão a melhorar nosso entendimento sobre como e por que alguns corais são mais resilientes”, comentou Xabier Irigoyen, diretor do Centro de Pesquisa do Mar Vermelho da Universidade king Abdullah de Ciência e Tecnologia.

A outra pesquisa, que está sendo realizada nas ilhas de Galápagos, tem como objetivo descobrir como os recifes da região estão respondendo às mudanças climáticas, e por que alguns deles estão conseguindo resistir aos impactos do fenômeno, enquanto outros não estão.

O estudo, que analisou dados dos recifes de Galápagos desde 1983, quando o ecossistema foi atingido por eventos climáticos do El Niño e 90% dos corais foram mortos, descobriu que, desde então, algumas partes do recife conseguiram se recuperar, enquanto outras não.

“Galápagos ofereceu um laboratório de campo único para nos ajudar a entender melhor como os extremos de temperaturas e a crescente acidificação afetarão a sobrevivência e crescimento dos recifes de coral no futuro”, declarou Andrew Bruckner, cientista chefe da expedição que analisou os recifes.

No geral, os pesquisadores descobriram sinais de recuperação em três ilhas no norte do arquipélago: Marchena, Wolf e Darwin.
“Isso é encorajador. As ilhas meridionais, no entanto, estão mostrando muito pouco em termos de recuperação em relação aos níveis pré-1983. Por outro lado, os grandes corais mais comuns eram surpreendentemente abundantes nas ilhas centrais e meridionais, mesmo não estando agregados aos recifes”, observou Peter Glynn, coautor do tratado de 1983.

Para descobrir quais as causas de tais respostas diferentes, a equipe analisou a quantidade de CO2 armazenada nas águas próximas aos corais. O que o grupo descobriu foi que, enquanto os níveis de CO2 nas ilhas setentrionais estavam cerca de 40% mais altos do que no período pré-industrial, o CO2 absorvido perto das ilhas do sul estava 50% mais alto, o que pode ajudar a explicar porque os recifes meridionais não estão se recuperando tão bem quanto os outros.

De acordo com os cientistas, ambas as pesquisas vão ajudar a entender não apenas a resposta destes determinados ecossistemas às mudanças climáticas, mas de grande parte dos recifes de corais, o que pode ajudar a identificar pontos de grande prioridade para a proteção. Fonte: Instituto Carbono Brasil

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