O projeto do campus da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) em Fortaleza, que abrigará as atividades de ensino de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado) e pesquisas de caráter social e biomédico, recebe, na fase programa, a certificação Processo Aqua (Alta Qualidade Ambiental), chancela internacional da construção sustentável baseada no processo francês Démarche HQE (Haute Qualité Environmentale).
O complexo educacional e de pesquisa utilizou o sistema construtivo de concreto moldado in loco e foi concebido dentro de conceitos de sustentabilidade, que incluem, por exemplo, a gestão da água, de energia e de resíduos.
Entre as soluções a serem adotadas está implantação de usinas de energia eólica, para alimentar parte do consumo elétrico das áreas externas do campus; o uso de águas não potáveis (de chuva e esgoto tratado) nos vasos sanitários, mictórios e irrigação; a utilização de brises nas fachadas de vidro, para reduzir a carga térmica dos edifícios e diminuir o uso do ar condicionado; e a implantação de depósitos para a coleta seletiva dos resíduos recicláveis e não recicláveis.
Um dos prédios campus será exclusivo para pesquisas em laboratório e alguns deles com risco biológico de nível três – ambientes que requerem cuidados específicos em relação à filtragem e exaustão de ar. Para isso, a renovação de ar será garantida pelo sistema de ventilação das edificações.
O empreendimento terá um sistema de automação predial, para controle e monitoramento da climatização, irrigação, geradores, iluminação, elevadores, incêndio e detecção de vazamento de GLP nas edificações.
Segundo o coordenador executivo do Processo Aqua, Manuel Reis Martins, “características importantes do empreendimento e da Fiocruz contribuíram para que o perfil mínimo de desempenho ambiental necessário para a certificação fosse superado, como a coerência das diretrizes de projeto do manual da Fiocruz; a definição precisa das etapas do empreendimento; a verificação, antes do início da obra, de todos os projetos executivos pela equipe de coordenação; a realização de estudos preliminares para direcionamento adequado do projeto, como o ensaio de capacidade de absorção do solo para validar a solução de infiltração por valas, entre outros”.
O projeto é fruto de uma parceria entre a Fiocruz e a empresa de arquitetura e engenharia cearense Architectus. Sendo o plano diretor e o projeto conceitual desenvolvidos pela fundação e as etapas de anteprojeto e projeto executivo desenvolvidas pelo escritório de arquitetura. A construção teve início em janeiro de 2013 e a conclusão está prevista para dezembro de 2014, no município de Eusébio, localizado na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
A consultoria de sustentabilidade no projeto foi desenvolvida pela Architectus com a empresa CTE (Centro de Tecnologia de Edificações) e em parceria com a equipe de arquitetos da Fiocruz.
Soluções de sustentabilidade Campus Fiocruz em Fortaleza
- Recuperação das áreas de preservação existentes nas proximidades do terreno.
- Presença de ciclovia e de bicicletários para os usuários das edificações.
- Especificação de coberturas verdes em algumas das edificações.
- Presença de serviços para os usuários (correio, banco, livraria, lanchonete etc).
- Preferência pela utilização de materiais fabricados a menos de 300 km da obra.
Gestão da água
- Utilização de dispositivos economizadores: vasos sanitários com caixa acoplada e acionamento dual flush, torneiras e mictórios com fechamento automático etc.
- Tratamento das águas cinzas e negras (esgoto).
- Utilização de águas não potáveis (água de chuva e esgoto tratado) nos vasos sanitários, mictórios e irrigação.
- Especificação de espécies nativas ou adaptas ao clima, que consomem menor quantidade de água.
- Sistema de irrigação eficiente considerando as demandas das espécies de vegetação especificadas.
- Implantação de sistema de irrigação eficiente que utiliza água não potável.
- Infiltração das águas de chuva no solo através de valas drenantes.
Gestão de energia
- Geração de energia eólica, por meio da implantação de usinas que alimentarão parte do consumo elétrico das áreas externas do campus.
- Energia eólica, geração de energia eólica, por meio da implantação de usinas que alimentaram o consumo de eletricidade das áreas externas do campus.
- Simulação computacional para avaliar a eficiência energética dos edifícios.
- Sistema de ar condicionado com alta eficiência.
- Sistema de ar condicionado que utiliza gases refrigerantes com baixo impacto a camada de ozônio.
- Instalação de sistema de automação predial para controle e monitoramento dos sistemas das edificações, incluindo climatização, irrigação, geradores, iluminação, elevadores, incêndio e detecção de vazamento de GLP.
- Utilização de lâmpadas LED nas áreas externas do empreendimento.
- Fachadas de vidro para proporcionar a entrada de luz, reduzindo o consumo de energia do sistema iluminação.
- Presença de brises nas fachadas de vidros, para minimizar o aumento da carga térmica dos edifícios e diminuir o uso do ar condicionado.
- Utilização de vidros com baixo fator solar.
- Especificação de cores claras nas fachadas.
Gestão de Resíduos
- Implantação de depósitos para a coleta seletiva de resíduos recicláveis e não recicláveis
- Plano de gestão de resíduos sólidos para orientar funcionários, visitantes e a equipe de manutenção das edificações.
- Fonte: Diário do Nordeste