Cristo Redentor será incluído no Google Street View

RIO - As centenas de pessoas que estiveram na quinta e sexta-feira no alto do Corcovado tinham um olho no Cristo e outro num californiano que chamava a atenção ao levar uma mochila esquisita nas costas. Sobre a cabeça, um globo com 15 câmeras registrava imagens do monumento e da estonteante vista do Rio à sua volta, tudo geolocalizado por um GPS, também acoplado ao equipamento. Toda aquela parafernália estava sendo usada pela terceira vez no mundo e pela primeira na América Latina, ineditismo que não impediu o turista gaúcho Vinícius Burille de acertar a finalidade da expedição no primeiro palpite:


— É do Google Street View, não é? — perguntou o dentista, de 26 anos, que escolheu o Cristo como seu primeiro local de visita no Rio.

O primeiro lugar do mundo retratado pelo Trekker, nome dado ao novo equipamento, foi o Grand Canyon, nos Estados Unidos, cujas imagens já estão disponíveis na internet. Prstopino ainda percorreu trilhas de uma montanha no Japão e, agora, pôde conhecer o Cristo Redentor, uma das sete novas Maravilhas do Mundo.Com um sorriso no rosto, o engenheiro californiano Matthew Prestopino — carregador do equipamento de nada menos de 18 quilos — explicava sobre a novidade desenvolvida pelo Google aos muitos que, intrigados, não hesitavam em perguntar que diabos era aquilo. Até recentemente, a empresa dependia de carros e triciclos para fazer as fotos panorâmicas das ruas disponíveis no serviço. Depois de passar por cerca de 3 mil cidades de 48 países, totalizando mais de 8 milhões de quilômetros, os engenheiros da companhia decidiram expandir as fronteiras do Google Street View e enveredar por onde veículos não podem chegar.

— É o melhor emprego do mundo. Nosso intuito é mostrar para todos os locais mais bonitos, incentivando as pessoas a viajarem. Também facilitamos a elas planejarem suas visitas aos pontos turísticos — contou Prestopino.

Imagens a cada 2,5 segundos
Steve Silverman é o nome por trás do desenvolvimento da tecnologia do Trekker. Também californiano e engenheiro do Google, ele acompanha Prestopino de perto em todas as expedições de coleta de imagens. Uma vez acionado o equipamento, as câmeras registram uma imagem a cada 2,5 segundos. As fotos são posteriormente tratadas, para que rostos de pessoas fiquem desfocados e a visão panorâmica de 360 graus seja costurada. A previsão é que em até seis meses as imagens feitas no Cristo já estejam on-line para consulta em qualquer lugar do planeta. A equipe planeja percorrer outros monumentos e trilhas do Rio e do Brasil, mas não adianta qual será o próximo local.

— Ainda ficaremos aqui no Brasil por mais algumas semanas, coletando informações sobre possíveis locais para percorrer — contou Silverman.

Padre Omar Raposo, reitor do Cristo Redentor do Corcovado, lembra que o monumento sempre esteve ligado aos avanços tecnológicos e ressalta a importância de o principal cartão-postal do Rio estar acessível a todos:

— O monumento já foi palco da primeira transmissão de rádio do Brasil, em 1922, e usa técnicas de iluminação das mais avançadas que existem. Isso demonstra que o Cristo está de braços abertos para os turistas e também para as novidades. Com a tecnologia, essa porta de entrada da Cidade Maravilhosa fica ainda mais escancarada para todos.
Fonte: O Globo

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