Monte Evereste: uma montanha com 50 toneladas de lixo por ano

Durante décadas, alpinistas entusiastas têm tentado conquistar o pico mais alto da Terra, o Monte Evereste. Mas, pelo caminho, deixaram um rasto de destruição que se traduz na criação de uma média anual de 50 toneladas de lixo, que inclui garrafas de oxigénio, equipamento de escalada e embalagens de alimentos.


O problema agravou-se ao ponto de o frágil ecossistema dos Himalaias estar sob ameaça. Mas, após três anos de trabalho árduo e em condições de risco, uma equipa de limpeza pioneira acredita estar a resolver o problema de poluição que assola a montanha.

Centenas de toneladas de lixo humano abandonado ameaçavam destruir todo um ecossistema, apenas algumas décadas depois da chegada da humanidade ao local. Os aldeões que fizeram as suas casas nas encostas dos Himalaias viram as suas pacatas vidas serem perturbadas por ocidentais em busca, principalmente, de fama e glória.

O problema obrigou o governo nepalês a reagir, há quase uma década, forçando os turistas a assumirem a responsabilidade pelos seus equipamentos e pagando uma taxa alta para escalarem a montanha. Mas foi um grupo de voluntários ambientais, o Saving Mount Everest, que deu início à missão de limpar e salvar a maior atracção do mundo.

Existiam montanhas de lixo, desde a base até aos pontos mais altos e perigosos – plásticos, metais, tendas e até corpos. As consequências de todos estes resíduos eram uma ameaça constante para o meio ambiente.

A prioridade do projecto de conservação, lançado oficialmente em 2010, está na gestão dos resíduos sólidos e no apoio e fortalecimento das comunidades locais. Após três anos de trabalho que desafiaram muitas vezes a morte, escalando picos traiçoeiros para os limpar, o trabalho está agora em fase de conclusão.

Conseguiram retirar quase 10 toneladas de lixo perigoso de topo do Evereste, introduziram técnicas seguras de gestão de resíduos nas aldeias locais e instalaram, pelo menos, 15 centros de tratamento de resíduos.

Espera-se que, no Verão, a missão do grupo esteja concluída. Mas a próxima década será um verdadeiro desafio no que diz respeito à preservação dos seus esforços e à adesão de novos códigos de conduta no local.


Os voluntários estão a trabalhar com o governo nepalês para emitir sanções mais severas para quem poluir a montanha. Apesar dos receios de que os turistas continuem a destruir o Evereste e as áreas circundantes, milhares de habitantes dependem ainda desse impulso económico. Os guias da montanha ganham a vida a fazer expedições e acampamentos, enquanto os empresários criam pequenas empresas para receber os alpinistas sazonais.

Avizinha-se um período de novas oportunidades, de garantir um recomeço justo para a grande montanha, mas o seu futuro ainda está em aberto. Mais uma vez, só depende dos Homens.
Fonte: Green Savers

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