Já há algum tempo ficou claro que as políticas climáticas precisam levar em conta a preservação das florestas, uma vez que elas armazenam 25% de todo o carbono presente na biosfera terrestre e o desmatamento e a degradação respondem por cerca de 17% das emissões de gases do efeito estufa globais.
Entretanto, o principal mecanismo para garantir a preservação das florestas visando à redução de emissões de gases do efeito estufa, o REDD+, ainda patina para ser implementado e popularizado.
Tentando melhorar essa situação, o WWF divulgou nesta semana a versão atualizada do “Guide to Building REDD+ Strategies: A toolkit for REDD+ practitioners around the globe”, um guia abrangente e gratuito que traz centenas de informações relevantes para interessados no mecanismo.
“Se quisermos manter o aquecimento global abaixo dos 2oC, a comunidade internacional precisa encontrar uma solução para a perda florestal (...) Assim, esse guia chega em um momento crucial, uma vez que diversos países estão estudando suas estratégias para o REDD+”, afirmou Bard Vegar Solhjell, ministro de Meio Ambiente da Noruega, país que é parceiro do WWF em diversas iniciativas de REDD+.
O guia analisa experiências com o REDD+, assim como a literatura mais recente sobre o mecanismo e políticas já em prática ao redor do mundo. A intenção é que o documento ajude na formulação de estratégias nacionais e subnacionais de REDD+.
Em algumas partes do documento, o WWF dá o seu ponto de vista sobre que tipo de estratégias costumam funcionar melhor.
A ONG defende que uma estratégia nacional é mais segura do que uma subnacional, uma vez que evita o chamado “vazamento do desmatamento”, quando a devastação continua a acontecer, só que em uma região diferente.
Outro ponto destacado pela ONG é o de que as estratégias nacionais devem estar alinhadas a acordos internacionais e seguindo princípios como os presentes nos tratados climáticos sob a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).
O guia também salienta a importância da participação de atores locais em todas as iniciativas de REDD+.
“ONGs, grupos religiosos, universidades, institutos de pesquisa, povos indígenas, organizações de proprietários de terras e sindicatos devem ter direito de opinião nas várias etapas de implementação dos projetos”, conclui o documento.
O REDD+ no Brasil ainda engatinha, mas o país assumiu que seu objetivo é reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia até 2020 com relação à média entre 1996 a 2005. Para o Cerrado, essa meta é de 40% com relação ao período 1999 a 2008.
Fonte: Instituto Carbono Brasil