Em 2012, investigadores da Universidade da Flórida desenvolveram um protótipo de célula solar produzido a partir de um núcleo de silício revestido de camadas de grafeno que, por sua vez, foi revestido com trifluorometano sulfonamida. Segundo os investigadores, esta célula solar atingiu uma eficiência recorde de 8,6%.
Agora, uma outra equipa de investigadores conseguiu aumentar a eficiência das células solares de grafeno para 15,6%. O novo protótipo – desenvolvido por cientistas do grupo de dispositivos fotovoltaicos e optoelectrónicos da Universidade Jaume I, em Espanha, e da Universidade de Oxford, em Inglaterra -,utiliza uma combinação de óxido de titânio e grafeno como bateria recolectora e perovskita como absorvente solar, refere o Gizmag.
Além da maior eficiência energética, os investigadores indicam que esta nova célula de grafeno é fabricada a baixas temperaturas, com as várias camadas que compõem a célula a serem processadas abaixo dos 150ºC usando uma técnica de disposição com base numa solução. Este processo não só significa menores custos de produção a nível de potência, como também torna possível que esta tecnologia seja aplicada em plásticos flexíveis.
O que é o grafeno?
O grafeno é uma nano estrutura de carbono, com a espessura de apenas um átomo mas com uma elevada resistência. Trata-se de uma camada bidimensional de átomos de carbono organizados de forma hexagonal. Tal como a grafite e o diamante, é uma das formas cristalinas do carbono.
Este material apresenta uma configuração ultrafina em que cada átomo está ligado a outro através de ligações covalentes simples (partilham um par de electrões), formando uma rede hexagonal semelhante ao padrão de um favo de mel. O resultado possui características eléctricas ópticas, mecânicas e térmicas únicas – daí que seja um excelente condutor de calor e electricidade.
Além de ser o material mais fino descoberto até à actualidade, é transparente e para ser detectado é necessário colocá-lo sobre uma fina placa de óxido de silício. É também a substância mais resistente que se conhece.
Ao contrário dos metais convencionais, que absorvem a luz, o grafeno, quando incorporado num painel solar, facilita o abastecimento de energia a numerosos dispositivos electrónicos.