Com muito trabalho ainda a fazer para salvar algumas das espécies mais conhecidas do mundo, as organizações ambientalistas pensam em novas formas de reforçar e promover suas causas. Uma delas é o Wildleaks, uma plataforma on-line que permite a denúncia anônima de crimes contra a fauna e a flora.
O Wildleaks é um projeto colaborativo da ONG Elephant Action League e de outras organizações internacionais, como a EcoJust da Holanda e Global Eye, localizada na África e Sudeste Asiático.
Com o nome e missão inspirados no Wikileaks – que desencadeou o debate sobre privacidade nos Estados Unidos depois do vazamento de documentos da Agência de Segurança Nacional – a nova plataforma se dedica a denunciar crimes ambientais, com o objetivo de ampliar sua visibilidade nos meios de comunicação e contribuir para as investigações dos órgãos competentes.
“Muitas vezes, esses crimes passam despercebidos porque as pessoas não falam sobre eles”, explica Andrea Crosta, diretor do projeto WildLeak e co-fundador da Elephant Action League. “As fontes desempenham um papel crucial no combate a esses crimes, promovendo a conscientização e a ação da justiça”.
A prioridade do Wildleaks é facilitar a identificação de criminosos e funcionários corruptos que permitem a expansão do tráfico e da caça ilegal de animais como elefantes, rinocerontes, grandes felinos, macacos e aves.
O Wildleaks é administrado por um pequeno grupo de especialistas, composto por advogados ambientalistas, jornalistas, profissionais de segurança e diretores de organizações não governamentais.
O projeto utiliza a plataforma Tor, que permite a navegação anônima na internet. Para garantir a segurança dos denunciantes, todos os dados são criptografados. “Trabalhamos muito para proteger as pessoas que enviam as informações, não só com um sistema de última geração, mas também gerenciando e aproveitando essas informações de forma adequada”, explica Crosta.
Segundo a organização, todas as informações recebidas são avaliadas por profissionais experientes e jornalistas investigativos. Para tomar as providências cabíveis, o WildLeaks investiga os dados e recorre a contatos para planejar sua atuação.
A julgar pelas estatísticas, denúncias não devem faltar. Os crimes contra a natureza são o quarto delito mais frequente no mundo, uma indústria ilegal que movimenta 17 bilhões de dólares por ano.
Com as presas de elefante e os chifres de rinoceronte na lista de produtos mais valiosos, as duas espécies estão entre as mais vulneráveis. Nos últimos 12 anos, 65% dos elefantes-da-floresta foram dizimados por caçadores ilegais.
Os rinocerontes estão em uma situação similar.
Depois da extinção do rinoceronte-negro, as cinco subespécies restantes entraram na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) , sendo que três delas estão criticamente ameaçadas. Com 73% dos rinocerontes selvagens localizados exclusivamente na África do Sul, as ONGs locais são fundamentais para a proteção de suas populações.
Depois da extinção do rinoceronte-negro, as cinco subespécies restantes entraram na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) , sendo que três delas estão criticamente ameaçadas. Com 73% dos rinocerontes selvagens localizados exclusivamente na África do Sul, as ONGs locais são fundamentais para a proteção de suas populações.
A situação dessas e de outras espécies é crítica, mas não irreversível. Com o trabalho das organizações citadas e a contribuição dos denunciantes, o Wildleaks pretende aprofundar suas pesquisas, promover o interesse público , levar à condenação dos criminosos e, sobretudo, ajudar a conservar essas espécies.
Fonte: Descubra o Verde