Agência Internacional de Energia Atômica defende despejo de água radioativa de Fukushima no oceano


O plano da Tepco de despejar a água usada para o resfriamento dos reatores danificados em Fukushima e para a limpeza da unidade no oceano Pacífico recebeu o apoio do diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta segunda-feira. A empresa administra a usina nuclear de Daichii, em Fukushima, que entrou em colapso após o terremoto e tsunami que atingiram o Japão há três anos.

Yukiya Amano classificou como “prática comum” a medida de tratar água contaminada “o máximo possível” e depois liberá-la ao meio ambiente, apesar das críticas que isso tem levantado, principalmente do pescadores da região.

Amano ainda afirmou que não existe usina nuclear 100% segura face a desastres naturais e que o que se pode fazer é evitar um acidente o tanto quanto é humanamente possível e se preparar para a mitigação das consequências, se for o caso.

Em Daichii, a Tepco está lutando para estocar cerca de 400 toneladas de água contaminada por dia, que é tratada para remoção do césio. Nos próximos meses, um novo processo, chamado ‘Advanced Liquid Processing System’ (ALPS) deve entrar em operação para a remoção de toda a carga radioativa – cerca de 60 elementos –, menos o trítio.

Este último existe naturalmente e é liberado para o meio por outras usinas nucleares. Segundo a Comissão Regulatória Nuclear dos Estados Unidos, em diversas ocasiões em que houve vazamento involuntário do trítio, não se constatou ameaça à população.

O trítio tem uma meia-vida de 12 anos, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, e emite níveis baixos de radioatividade. Porém, apesar de ser um dos radionuclídeos menos perigosos, a agência admite que a exposição a níveis mais altos de trítio aumenta o risco de câncer.

O volume de água estocado na usina já alcança 340 mil toneladas, o equivalente a 136 piscinas olímpicas.

A AIEA recomendou que a Tepco considere a liberação da água de forma controlada para se focar em outros problemas. Amano relembrou que há riscos ainda maiores, como as piscinas que armazenam combustível em edifícios com a estrutura fragilizada.

A situação é tão séria em Fukushima que, em setembro de 2013, o governo japonês anunciou um plano de cerca de 47 bilhões de ienes, o equivalente a mais de US$ 470 milhões, para conter os vazamentos de água radioativa da usina através da construção de uma barreira de solo congelado e de um sistema de descontaminação.

O anuncio foi feito após a revelação que um dos reservatórios da usina estava vazando água para o solo com um nível de radiação 18 vezes maior do que o estimado anteriormente.
Os esforços de limpeza da área estão planejados para durar 40 anos e custar US$ 11 bilhões.
Imagem: Técnicos acompanham ações de descontaminação em Fukushima / AIEA

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