2013 bate recorde de emissões de CO2, 61% a mais que em 1990

Desde 1984, nunca a liberação de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera do planeta foi tão alta quanto em 2012 e 2013. E isso teve efeito direto no aumento da concentração de gases de efeito estufa (GEE), como revelado hoje pela Organização Metereológica Mundial (OMM)*, em Genebra, Suíça, ao divulgar seu boletim Greenhouse Gas, publicado anualmente.

De acordo com o estudo, entre 1990 e 2013 o forçamento radioativo - causador do aquecimento global - aumentou 34% devido aos gases que permanecem por longo tempo na atmosfera, como o próprio dióxido de carbono, além do metano e do óxido nitroso.

Em 2013, os níveis de concentração de CO2 foram 142% mais altos do que os registrados na era pré-industrial (1750). Já o metano subiu 253% e o óxido nitroso 121% em relação àquela data.

Os dados são ainda mais preocupantes quando se leva em conta como os gases liberados na atmosfera interagem de maneira complexa com a biosfera e os oceanos. Aproximadamente ¼ do total das emissões são absorvidas pelos oceanos e outro ¼ pela biosfera, o que já reduziria em grande parte a quantidade de CO2 aprisionada na atmosfera.

Os impactos desta interação são enormes nas águas do planeta. De acordo com os pesquisadores do boletim, a acidificação dos oceanos está num estágio nunca antes visto nos últimos 300 milhões de anos. Entre os muitos danos causados pela acidez de nossos mares estão a calcificação de organismos, como corais, algas, moluscos e plânctons, e a perda da biodiversidade marinha, já que muitas espécies não conseguem sobreviver à temperatura mais quente da água.

“Sabemos, sem dúvida nenhuma, que nosso clima está mudando e eventos climáticosestão se tornando mais extremos devido às atividades humanas”, afirmou Michel Jarraud, secretário geral da OMM.

O dióxido de carbono permanece na atmosfera por centenas de anos e nos oceanos por períodos ainda mais longos. Jarraud alertou que a emissão de gases de efeito estufa não diminuiu nos últimos anos, pelo contrário, aumentou, mesmo depois de todos os relatórios divulgados pelos cientistas do clima. “Precisamos reverter este quadro. Nosso tempo está acabando”, disse.

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