Claudio Pádua,
idealizador do Programa de Conservação do
Mico-Leão-Preto e Patrícia Medici, pesquisadora da Iniciativa para a
Conservação da Anta Brasileira - ambos do Instituto de Pesquisas Ecológicas
(Ipê)*, estão entre os seis pesquisadores internacionais premiados pela
organização britânica Whitley Fund for Nature (WFN) em 2014.
De acordo com a entidade, foram selecionados trabalhosexcepcionais para
conservação e preservação da fauna e flora. A cada dois anos, o WFN oferece o "Continuation Awards", prêmio que financia o prosseguimento de projetos já existentes
e que têm apresentado bons resultados.
No total, o WFN irá distribuir entre estes pesquisadores um valor de 280 mil
libras, pouco mais de 1 milhão de reais. As demais pesquisas premiadas envolvem
espécies de morcegos da América Central, elefantes asiáticos, leopardos e
habitats como florestas tropicais e zonas úmidas.
Patrícia já tinha sido vencedora do Whitley Fund for Nature em 2008. Com o
financiamento recebido na época, expandiu seus estudos para a região do Pantanal, a
maior zona úmida de água doce contínua do planeta. Com a premiação agora,
pretende estabelecer oPrograma Anta Cerrado,
área onde estes animais sofrem grande perigo devido às atividades agrícolas e
crescimento urbano.
Por seus estudos de proteção à anta, este ano a brasileira também foi selecionada,
entre 20 jovens do mundo todo, para integrar o ,
junto com outros dois brasileiros. A anta é um dos animais que mais morre em
atropelamentos nas estradas do Brasil. identificou
que diariamente uma ou até duas antas são mortas a cada 1.000 quilômetros de
rodovias no Mato Grosso do Sul.
Em 1999, o biólogo Claudio Pádua, um dos fundadores do Ipê, também foi
agraciado com o prêmio WFN, graças ao trabalho realizado pela instituição pelo
mico-leão-preto. A espécie, que constava na Lista Vermelha da International
Union for Conservation of Nature (IUCN) como criticamente ameaçada passou para ameaçada. Por ainda
correr risco, continua sendo necessário um grande esforço para proteger o
habitat e as populações de mico-leão-preto.
A premiação do Whitley Fund for Nature ajudará Pádua num projeto de rastreio
dos animais na floresta através de gravações de sons, técnicas de
geoprocessamento e levantamentos sobre deslocamento e uso de área. Também serão
registrados dados dos indivíduos pesquisados e análises de DNA para avaliar a
diversidade genética dos mesmos.
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Fonte: Planeta Sustentável