Começa hoje a 20ª Conferência das Partes (COP20) da
Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que decorrerá até 12
de Dezembro na capital do Peru, Lima, e onde o grande objetivo é preparar um
novo acordo global a alcançar na 21ª reunião, que terá lugar em Paris, no
próximo ano.
Na COP 17, em 2011, os governos criaram a Plataforma de
Durban para reforçar as ações climáticas. As negociações desta plataforma
culminarão precisamente em 2015, na COP 21 de Paris, onde as partes – os
Governos – vão decidir sobre a próxima fase do acordo climático global. O
sucesso ou fracasso de Paris dependerá em grande parte do que se passará agora
em Lima. “É aí que se vão definir os parâmetros deste acordo global”, explica
ONG ambiental portuguesa, Quercus.
A COP20 acontece no rescaldo de vários momentos chaves da
luta climática. “As marchas climáticas que ocorreram um pouco por todo o mundo,
em Setembro; a Cimeira especial das Nações Unidas em Nova Iorque e, por fim, o
recentemente divulgado 5º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental
para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês)”, continua a Quercus.
Recorde-se que a Europa definiu, no final do mês de Outubro,
as suas metas de emissões de gases com efeito de estufa entre 1990 e 2030, no
sentido de alcançar uma redução de pelo menos 40% nesse período temporal. Ao
mesmo tempo, definiu objetivos para 2030 relativamente às energias renováveis,
eficiência energética e interligações de eletricidade entre países.
Mais recentemente, os Estados Unidos anunciaram uma redução
das suas emissões em 28% entre 2005 e 2025 e a China comprometeu-se a começar a
reduzir as suas emissões até 2030.
“Embora as metas em causa não assegurem que o aumento da
temperatura do planeta fique abaixo dos 2o Celsius (ou preferencialmente
abaixo dos 1,5oC em relação à era pré-industrial – o aumento verificado até
agora foi de 0,8oC), constituem sem dúvida uma intenção importante no quadro
das negociações que vão decorrer. O caminho para um futuro climático seguro
ainda é possível, dependendo da ambição e da natureza vinculativa dos
compromissos a assumir pelos diferentes países”, explica a Quercus, que estará
em Lima a partir de 5 de dezembro – faz parte da delegação portuguesa como
organização não-governamental – e escreverá todas as novidades no seu blog, Facebook e Twitter.