Imagine-se na seguinte situação: você é jornalista e encontra na internet o pedido de uma escola estadual da sua cidade para os alunos do 6º ao 9º ano. O colégio público solicita contadores de histórias na biblioteca e você, aparentemente, não tem nenhum domínio da atividade. Mesmo assim, para tentar ajudar, começa a enviar mensagens para contadores profissionais – que já havia assistido em apresentações com seu filho -, mas aparentemente ninguém pode resolver o problema. Até que você começa a se perguntar: “Por que não eu?”. Afinal, qualquer um pode contar uma boa história.
Foi assim que a jornalista Cristina Guimarães conheceu a turma do 7º ano da Escola Estadual José Cândido de Souza, em São Paulo, para se arriscar na contação. O resultado deu certo para os dois lados: Cristina percebeu que atender ao pedido do colégio era muito mais fácil do que parecia e a escola, depois do período de “testes”, ganhou duas contadoras profissionais.
Todo esse contato se deu por meio da Quero na Escola, uma plataforma online na qual alunos e professores registram o que gostariam de ter nas escolas públicas e voluntários se candidatam para realizar os desejos.
A ideia, segundo o site, é conectar as pessoas em prol da educação, aproveitar o que a sociedade sabe e pode compartilhar e atender aos interesses dos alunos – que vão sempre muito além do que a escola pode oferecer, por melhor que ela seja.
O resultado disso tudo? Por meio da Quero na Escola, além das contações, já foram atendidos pedidos de oficinas de cerâmica, fotografia e artesanato e foi realizada uma palestra sobre racismo e machismo – tudo dentro de escolas públicas. Desde que entrou no ar, em agosto de 2015, a plataforma cadastrou dez escolas (em São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais) e recebeu mais de 30 pedidos – de aulas de surfe e capoeira a oficinas de grafite e Libras. O resultado também é animador: já são 20 voluntários cadastrados prontinhos para ajudar.
Fonte: The Greenest Post