O Museu do Amanhã faz parte do projeto de
requalificação da Região Portuária do Rio de Janeiro.São cerca de 30 mil metros
quadrados de área externa, com jardins, espelho d’água, ciclovia e área de
lazer, o prédio em si tem 15 mil metros quadrados de área
construída e está quase pronto para a inauguração, que acontecerá dia
19 de dezembro de 2015.
O projeto foi concebido pelo
renomado arquiteto espanhol Santiago Calatrava, gerenciado pelo escritório
Ruy Resende, e teve consultoria de sustentabilidade da empresa
carioca, Casa do Futuro, com vistas à obtenção da certificação LEED
(Liderança em Energia e Projeto Ambiental) – nível ouro, que deve ser
chancelada no primeiro trimestre de 2016.
Em um museu onde se busca
entender as possibilidades de futuro, a questão ambiental torna-se
protagonista. O Museu do Amanhã, desde suas fases iniciais de projeto, tem a
sustentabilidade como uma de suas prioridades.
A complexidade das formas
arquitetônicas e a alta tecnologia empregada no edifício não criaram barreiras
à sustentabilidade – ao contrário, tornaram-se aliadas. A movimentação da
cobertura permite maximizar a eficiência da produção energética nos painéis
solares, além de produzir mais sombras e reduzir seu aquecimento.
Segundo os consultores da Casa do
Futuro, foi difícil conseguir fazer com que a modelagem energética
computacional “entendesse” tamanha inteligência. Mas o Brasil tem
profissionais capacitados para resolver questões técnicas de alta
complexidade, as equipes de projeto do Museu do Amanhã são todas locais,
com raras exceções.
Outro desafio foi encontrar
espaço para tantas áreas técnicas, necessárias para que todos estes recursos
funcionassem, mas acabou sendo tudo resolvido no subsolo do museu. Um lugar não
menos fascinante do que as áreas de exposição! Pelo menos na opinião daqueles
que apreciam a arquitetura e engenharia.
Foram tratadas questões
relacionadas ao transporte; gerenciamento das águas (enchentes); tratamento e
colaboração com a limpeza das águas da Baía de Guanabara; utilização de
materiais ambientalmente amigáveis e renováveis; gestão energética extremamente
eficiente; redução do consumo de água; entre outras. Difícil descrever
todos os itens e soluções trabalhadas, o trabalho foi extremamente longo e
minucioso. Na área da sustentabilidade ambiental, tudo foi levantado e o que foi
possível realizar foi feito.
Conheça algumas características de sestentabilade adotadas no Museu do Amanhã:
Impactos locais e transporte:
Nesta categoria, buscamos reduzir
os impactos que o museu traz para a sua área de implantação, seu entorno. Foram
tratados itens como:
* o efeito “ilha de calor”:
redução do aquecimento que o museu causa em seu microclima;
* transportes: incentivo à
redução do uso de veículos, utilização de veículos não poluentes, uso de
transporte público e de bicicletas;
* enchentes: foram adotados
recursos para que o museu contribua positivamente para a redução do problema
das enchentes na região;
* redução da poluição luminosa;
* promoção da biodiversidade nos
espaços revegetados: utilização de vegetação nativa, adequada ao local e que
promova a recuperação da biodiversidade.
O Museu do Amanhã está localizado
em uma área altamente urbanizada, que oferece escolhas inteligentes de
transporte. Moradores e visitantes da região terão mais oportunidades de evitar
o uso de carro particular e, assim, de contribuir para a redução de emissões de
gás carbônico na atmosfera.
No perímetro do museu, poderão
ser utilizados ônibus (Zona Sul, Zona Norte, Zona Oeste e Baixada Fluminense
estão nos itinerários de dezenas de linhas urbanas e intermunicipais que
integram a rede rodoviária da Praça Mauá); bicicletas (a ciclovia da cidade
estará integrada com a ciclovia do museu, o que permitirá aos visitantes e
funcionários um acesso fácil e seguro até o edifício); e VLT (o Veículo Leve
sobre Trilhos integrará o Centro da cidade e terá uma estação na Praça Mauá).
Uso racional da água:
– Uso inteligente da água,
interna e externamente: A economia de água é obtida por meio de equipamentos,
instalações e acessórios instalados no interior da edificação, além de
paisagismo consciente no exterior.
- As águas pluviais precipitadas na cobertura
são captadas para serem reutilizadas para fins não potáveis dentro do museu.
– Águas cinzas provenientes dos
chuveiros e lavatórios seguem para a estação de tratamento localizada no
subsolo e serão reutilizadas no paisagismo e na lavagem de pisos. Os resultados
são ainda maximizados devido ao sistema de troca de calor com a Baía. Somente
com esta ação, são economizados até 4 mil litros de água por hora!
– O grande diferencial é o
sistema que “libera” para as águas da Baía de Guanabara, o calor retirado dos
ambientes. O nome técnico do recurso é hidrotermia, e já é utilizado em
diversos projetos pelo mundo, mas é novo para o Brasil. As águas são retiradas
da Baía, recebem o calor do sistema de ar condicionado e são devolvidas
novamente ao mar. Todo este processo acontece de maneira a não agredir o meio
ambiente. Para respeitar limitações de variação da temperatura das águas, uma
nova mistura acontece para resfriar a água antes esta que volte para a Baía no
lado nordeste do píer. A utilização da hidrotermia faz com que o museu não
precise de torres de arrefecimento no sistema de climatização. Isso quer dizer
que são economizados até 4 mil litros de água por hora!
Energia:
- Energia solar como fonte de
energia alternativa e renovável: Na cobertura do museu serão instaladas lamelas
móveis que acompanharão o movimento do sol e captarão a energia solar para que
esta, convertida em energia elétrica, possa ser utilizada instantaneamente
dentro do museu. A produção de energia a partir das células fotovoltaicas
suprirá até 9% de toda a energia necessária para a operação do museu.
– Sistema de ar condicionado
altamente eficiente: economizará energia durante seu funcionamento, devido
à utilização das águas da Baía de Guanabara como fonte de rejeição de calor.
Essa característica proporciona a eliminação de equipamentos que exerceriam
esta função e agrega benefícios econômicos e ambientais, como a redução do
consumo de energia e a eliminação do uso de água potável em torres de
resfriamento.
Materiais:
– Materiais reciclados e
produtos extraídos, manufaturados e transportados de forma
sustentável foram utilizados na cadeia de suprimentos do
museu. Os materiais reciclados, por exemplo, reduzem o uso de matéria-prima
virgem e o volume de resíduos sólidos gerados.
- Materiais regionais: minimizam
a emissão de poluentes na atmosfera, pois são adquiridos de regiões próximas à
obra. Já a certificação FSC (Forest Stewardship Council) da madeira utilizada
no museu garante o manejo florestal responsável, promovendo uma mudança
positiva e duradoura nas florestas e nos povos que nela habitam.
Ambiente Interno:
Ao tratar de sustentabilidade,
tratamos também das pessoas, da nossa qualidade de vida. Ambientes mais
saudáveis, limpos e agradáveis contam com uma boa ventilação, temperatura
adequada, iluminação natural e vistas livres sempre que possível. Também fez
parte de nossa preocupação a toxidade dos materiais da obra. Uma vez instalados
nos ambientes, alguns materiais podem emitir toxinas durantes muitos meses,
prejudicando a saúde dos ocupantes. Os materiais empregados respeitam limites
seguros de toxinas. Um plano de limpeza “verde” foi elaborado para que, após
sua inauguração, sejam utilizados produtos atóxicos e biodegradáveis.
Sobre a redução e correta
destinação de resíduos (reciclagem), destaca-se o reaproveitamento de
sobras das estacas das fundações para a construção dos barracões da obra. Foram
poupadas toneladas de aço com esta ação.
Fonte:Casa do Futuro – Fotos:
Facebook/CidadeOlímpica
Fonte: SustentArqui