A marca de luxo Gucci anunciou que deixará de explorar
animais para fabricação de roupas com peles.
A mega-empresa comunicou que a nova política será implementada a partir da
coleção Primavera/Verão de 2018.
A marca também se filiou à organização Fur Free Alliance, que tem o
objetivo de acabar com a exploração e matança dos animais por causa da pele.
O presidente da Gucci, Marco Bizzarri, afirmou que uma das razões da
decisão seria que pele como vestimenta não é mais uma coisa moderna.
“A criatividade pode se desenvolver para muitas direções diferentes, não é
necessário usar pele,” contou ele.
A Gucci agora faz parte de uma lista marcas famosas – como Calvin Klein,
Ralph Lauren, Tommy Hilfiger e Armani – que não utilizam peles na fabricação de
roupas.
A marca possui produtos com peles muito populares, como os mocassins.
Apesar disto, a decisão deve ter um impacto comercial pequeno para a empresa.
Bizzarri afirmou que os produtos com peles arrecadam cerca de US$ 11,8
milhões por ano em lucros para a Gucci. Estes produtos serão substituídos por
produtos com pele falsa, lã e tecidos inovadores.
A decisão pode ter um impacto positivo nos clientes jovens. As gerações
mais novas são descritas como mais éticas do que as anteriores, segundo a
empresa de consultoria Deloitte.
Atualmente, este público representa mais da metade dos clientes da Gucci,
de acordo com analistas do Mainfirst Bank.
Bizzarri também afirmou que continuar com o uso de peles faria com que as
pessoas mais talentosas na área da moda não quisessem trabalhar na Gucci.
Bizzarri enfatizou que a decisão foi tomada em conjunto com o diretor de
criação Alessandro Michele.
Ainda segundo ele, o objetivo da é seguir as tendências, os desejos dos
consumidores, e os diretores de criação conseguem pressentir quais serão as
novas tendências. “Moda e modernidade andam juntas,” contou Bizzarri.
Depois de uma conversa com a PETA em 1994, Calvin Klein, dono da marca de mesmo nome,
decidiu acabar com o uso de peles em seus produtos. Outras marcas de renome
também tomaram esta decisão, como a Ralph Lauren, em 2006, e a Tommy Hilfiger,
em 2007.
A luxuosa Yoox
Net-A-Porter também anunciou no início deste ano não utilizaria
mais peles, se juntando à loja de departamento Selfridges, do Reino Unido, que
tomou a mesma decisão em 2005.
Ainda assim, a fabricação de roupas livre de crueldade não é uma escolha
que a maioria das marcas fazem.
Durante a London Fashion Week deste ano, manifestantes protestaram contra
o uso de pele por empresas como Burberry, Versus Versace e Gareth Pugh.
Fonte: ANDA