Todos conhecemos o que os perigos do plástico e a sua
incapacidade de desaparecer rapidamente da terra – cerca de 450 anos, estima-se
-, mas um grupo de investigadores dos Estados Unidos está a trabalhar num
método de regenerar este material.
Inspirado no sistema circulatório dos animais, este novo
tipo de plástico consegue preencher grandes rachas e buracos, fazendo crescer
para corrigir estas falhas. O estudo, que foi publicado na revista Science,
avança que a existência deste tipo de materiais capazes de se autorreparar será
um avanço não só para os bens comerciais – este plástico seria ideal para um
para-choques de um carro, por exemplo – ou para produtos de difícil conserto ou
substituição.
“Desenvolvemos um sistema de reparação num material
sintético, ou seja, não vivo, de forma semelhante ao que vemos em algumas
espécies”, explicou Jeffry Moore, um dos investigadores.
O novo plástico foi buscar a sua inspiração ao sistema
circulatório dos animais. “O sistema vascular permite o transporte de uma
grande quantidade de agentes curadores. Mas ele também permite múltiplas
reparações, caso a superfície sofra danos várias vezes”, confessou ao Planeta Sustentável Nancy
Sottos, professora de engenharia de materiais da Universidade de Illinois, que
investigou o novo material.
Os materiais que permitem esta regeneração circulam por dois
capilares – vasos sanguíneos mais finos – paralelos. Quando o dano ocorre, os
líquidos de cada capilar espalham-se e misturam-se, formando um gel que
preenche as rachas ou buracos no material, endurecendo logo após este processo.
A equipa testou a regeneração nos dois tipos de plásticos
mais usados comercialmente: termoplásticos – que podem ser moldados a
temperaturas elevadas – e termofixos – cuja rigidez não se altera com a
temperatura.
Os investigadores conseguiram controlar a velocidade da
formação do gel e do seu endurecimento, dependendo do tipo de dano que a
superfície apresenta. Um furo causado por uma bala, por exemplo, provoca
diversas rachas à volta. Neste caso, a reacção pode ser desacelerada, para que
o gel tenha tempo de penetrar em todas as rachas antes de endurecer.
Fonte: Green Savers