Se seguirmos à letra todos os prazos de validade das nossas
embalagens vamos acabar por deitar fora 40% de tudo o que compramos todos os
meses, mas a verdade é que muitos dos produtos ainda estão em condições de
serem ingeridos. O resultado é “atirarmos” para o lixo cerca de nove quilos de
alimentos fora do prazo de validade, no mundo ocidental.
No entanto, segundo o Grist,
estas etiquetas com os prazos de validade são apenas indicações dos produtores
ou distribuidores de alimentos, não quer dizer – e nunca poderia – que elas são
para ser levadas à letra. Foi essa ideia que levou a designer Solveiga
Pakstaite a desenhar a Bump Mark,
uma nova etiqueta com o prazo de validade que nos diz – mesmo – se o alimento
está ou não em condições de consumo.
A Bump Mark é feita de quatro camadas diferentes, do topo ao
fundo, incluindo um plástico, gelatina, pequena folha de plástico e outra fina
tira, também de plástico. Assim, a própria embalagem entra em decomposição com
a comida, indicando que esta não está boa para ser consumida.
À medida que a camada de gelatina começa a decompor-se com a
comida, o que resta da embalagem é uma camada que nos avisa que a comida não
está em condições e deverá ser colocada no lixo. Por outro lado, se ainda
estiver suave ao toque, continua em condições.
“A gelatina é comida, por isso é afetada da mesma forma da
comida que está na embalagem”, explicou Solveiga Pakstaite. “E tem uma
propriedade interessante quando expira o seu prazo de validade, transforma-se
em líquido. Não poderia utilizar uma substância natural, mas sim uma que muda o
seu estado”.
Segundo Solveiga, podemos aplicar esta embalagem a todo o
tipo de produtos. Se for implementada em larga escala, esta embalagem pode
reduzir a quantidade inacreditável de desperdício alimentar que existe,
sobretudo, no mundo desenvolvido e ocidental. E, talvez, ajudar a alimentar mil
milhões de pessoas subnutridas e que passam fome.
Fonte: Green Savers