Já é sabido por estudiosos da área ambiental e profissionais que buscam alternativas às opções de materiais existentes no mercado, que o bambu já se mostrou ser uma solução viável para a construção civil. Isso, devido a sua resistência e flexibilidade, e pelo baixo impacto gerado em seu cultivo. Mas por que ainda não estamos substituindo materiais oriundos de fontes finitas pelo bambu?
O Laboratório Future Cities de Cingapura está conduzindo um estudo que visa determinar a gama completa de aplicações do bambu na construção civil. A pesquisa está revelando a real condição do material como elemento de estrutura para edificações.
Segundo um artigo publicado pelo site ArchDaily, os países em desenvolvimento possuem uma maior demanda por concreto reforçado com aço e devido a diversos aspectos, esses países muitas vezes não possuem condições de fabricar em quantidade satisfatória esses materiais e atender essa demanda. Como alternativa para o problema: o bambu. Abundante, renovável e extremamente resistente, o material tem um enorme potencial para se tornar no futuro um substituto para o aço.
Nos estudos de resistência e tração realizados, o bambu se mostrou extremamente eficiente superando a maioria dos outros materiais testados, incluindo o aço reforçado. Isso foi possível devido a sua estrutura oca e tubular que evoluiu ao longo de milênios para resistir à intempéries naturais. Além de suas vantagens de usabilidade, o bambu ainda oferece uma fácil colheita e transporte, o que o torna economicamente mais viável, e já que sua extração é bem menos impactante do que a do metal, também se torna muito mais sustentável.
Por conta do seu ciclo de crescimento rápido e a facilidade para crescer em diversos tipos de ambiente, o material pode ser considerado extremamente barato. Além disso, a plantação de bambu requer a existência de grama para absorver grandes quantidades de CO², o que significa que seu cultivo como material de construção contribuiria combatendo as mudanças climáticas.
De fato, todos esses fatores já são um grande incentivo para o investimento no desenvolvimento da produção e utilização do bambu. Mesmo assim, apesar desses benefícios, ainda é necessário muito trabalho e pesquisas para superar algumas limitações do material, como a contração e expansão causadas por mudanças de temperatura e absorção de água, além da degradação que pode ser gerada por fatores biológicos.
Recentemente, o Laboratório Future Cities recebeu o Prêmio Zumtobel Group pela pesquisa realizada. Em breve, esperamos ver o bambu sendo utilizado de maneira recorrente e variada na arquitetura.
Fonte: Arquitetura Sustentável