Se você está atrás de festa em Hamburgo, na Alemanha, é provável que os locais te coloquem na direção do distrito de Sankt Pauli (foto abaixo), onde bares, cabarés e sex shops predominam historicamente. É a meca ao mesmo tempo underground e pop da cidade, como seria a rua Augusta para os paulistanos ou a Lapa para os cariocas. Cerca de 20 milhões de pessoas são atraídas para lá todos os anos para beber, paquerar e curtir a vida noturna.
É barulhento e cheio, mas quem escolhe viver neste bairro boêmio, que já foi casa dos Beatles no começo da década de 1960, sabe como é e está acostumado. A única coisa que parece incomodar, todavia, são os mal educados wildpinklers – na tradução do alemão, algo como os “urinadores selvagens” -, aqueles sujeitos que não se seguram até um banheiro e se aliviam na rua ou na porta da frente de alguém como se fosse a coisa mais normal do mundo. O problema é que não é. O ato, além de pouco civilizado, deixa as ruas sujas e um mau cheiro insuportável no dia seguinte. Quem passou pela Vila Madalena, em São Paulo, durante a Copa do Mundo, ou recentemente durante o Carnaval, sabe o quanto isso pode ser desagradável. Nem os banheiros químicos dão conta do recado em algumas localidades.
Veja o vídeo criado pelos moradores de Sankt Pauli para a campanha:
Cansados dessa situação recorrente e de desculpas como “estava bêbado demais para achar um banheiro”, os moradores e comerciantes de Sankt Pauli decidiram ser criativos para reeducar os farristas mijões com uma campanha diferente, a St. Pauli pinkelt zurück, ou “ ”, na tradução.
A ideia é bem simples: pintar as paredes e muros do bairro com uma jetivo é que o wildpinkler comece a ter receio de urinar em qualquer lugar”, explica ela. desenvolvida para cascos de navios. Isso mesmo. Uma tinta cuja principal propriedade é repelir todo e qualquer líquido jogado na superfície que reveste. O efeito pode ser desastroso, como mostra a imagem que abre o texto. “O feitiço voltando contra o feiticeiro é uma maneira engraçada de ver como funciona na prática”, conta a produtora cultural e organizadora da campanha Julia Staron. “Se está funcionando, é dificil dizer. Mas já vimos algumas mudanças e a iniciativa ganha pelo bom humor. Colocamos avisos em algumas paredes, mas em outras não. O ob
Segundo a organizadora, a campanha pode ser aplicada em qualquer lugar. “Tive amigos que foram para São Paulo durante a Copa e passaram por um bairro que estava com o mesmo problema. A rua Augusta também é bem lembrada por aqui. As pessoas ficam chocadas com isso, mas esses lugares não precisam perder sua essência festiva por causa de alguns mal educados. Quem sabe a nossa ideia não inspira os moradores daí?”, comenta Staron.
Fonte: Planeta Sustentável