Enquanto
o presidente norte-americano Barack Obama tenta fechar a prisão de Guantánamo,
em Cuba, até ao final do seu mandato – que está para breve -, dois académicos
sugeriram, no jornal Science, que o local seja transformado numa estação de
pesquisa marinha e parque pela paz.
Segundo
o biólogo conservacionista Joe Roman e o jurista James Kraska, a baia tem
bastante para oferecer do que ser uma prisão. É que os anos de isolamento
internacional, apesar de todas as consequências sociais nefastas, acabaram por
ser um fator positivo para o ambiente e biodiversidade da ilha. Uma espécie de
“Eden acidental” com recifes de corais, vida selvagem e peixes “que não se
encontram no resto das Caraíbas”.
“Cuba
tem grandes cientistas ligados à conservação”, explicou à Science Roman. “Mas
falta-lhes dinheiro e equipamento”.
Os
dois autores propõem ainda dedicar a Baía de Guantánamo aos Peixes-boi e tartarugas
marinhas ameaçadas. “Este modelo, desenhado para atrair os dois lados, pode
unir Cuba e os Estados Unidos na gestão conjunta, em vez se servir como algo
que os afasta”, escreveram os académicos. “Paralelamente, vai ajudar a atingir
os desafios das alterações climáticas, extinção em massa e declínio dos recifes
de coral”.
Finalmente,
Roman e Kraska reconhecem que esta é uma ideia “para a próxima geração”. “O
nome Guantánamo pode ser associado a redenção e esforços para preservar e
reparar o ambiente e relações internacionais”.
Fonte: Science