Os
ambientalistas e ativistas pela sustentabilidade britânicos fizeram campanha
pela permanência do país na União Europeia e existe uma razão para que tal
tenha acontecido: a entrada na União Europeia elevou os standars ambientais do
Reino Unido – e do resto da Europa, já agora. “Os problemas ambientais são
internacionais, por isso é necessária cooperação internacional para lutar contra
eles”, argumenta hoje o Grist.
No
entanto, esta opinião não é consensual. Como explica o site ambiental, a
decisão de sair da União Europeia poderá ser “potencialmente positiva a curto
prazo”, caso as previsões de abrandamento económico sejam verdadeiras. Um
decréscimo da economia corresponderia a menos emissões de gases com efeito de
estufa. Um exemplo: durante a recessão de 2008, as emissões globais caíram 1,5%
e as turbulências do mercado são normalmente boas notícias para as alterações
climáticas, quando relacionadas com a produção industrial.
Mas
existem, sobretudo, más notícias: as empresas que previam investir em energias
renováveis, no Reino Unido, podem adiar estes investimentos, segundo o
Politico. Outra das incertezas prende-se com a ambição britânica, até agora
incluída na União Europeia, na sequência do Acordo de Paris. Pode existir lugar
a uma “recalibração” dos objetivos britânicos, admite as Nações Unidas, sendo
que o processo de ratificação do acordo na União Europeia irá certamente abrandar.
Por
outro lado, David Camerona, primeiro-ministro agora demissionário, foi um dos
líderes globais que mais lutou por um acordo efetivo. Muitos dos seus colegas
conservadores – e eventuais sucessores – negam a existência das alterações
climáticas, o que poderá ditar uma mudança de estratégia britânica.
Há
ainda a questão das diretivas ambientais europeias: George Eustice, ministro da
Agricultura e apoiador do Brexit, já anunciou o desejo de esquecer todas as diretivas
ligadas às aves e habitats, o que poderá ser um grande revés no que foi
conseguido, nas últimas décadas, no setor ambiental britânico.
A
saída do Reino Unido da União Europeia não será imediata. Mas é provável que a
sustentabilidade não fique a ganhar com esta mudança.
Fonte: The Green Savers