O escritório de design automotivo Ibo Group, de Curitiba, projetou um carro elétrico que promete melhorar a vida de vendedores ambulantes. O Mobile Store (loja móvel, em inglês) se movimenta com as pedaladas do vendedor e um motor elétrico. O carro armazena até 200 kg de mercadorias e dá uma ajuda na hora de enfrentar as ladeiras das cidades brasileiras. Sem previsão de construção, a loja móvel está em busca de patrocinadores para funcionar.
Quando estacionado, o veículo se transforma em uma perfeita banca de camelô. Os 1,92 x 2,18 x 1,10 m guardam uma mesa retrátil, que serve para expor objetos, dois mostruários e um compartimento para estocar as mercadorias – é possível levar 200 kg de produtos para vender. Também coube a pequena cabine, dentro da qual o motorista dirige o carro com um guidão de bicicleta. Do lado de fora, o carro tem sinalização de segurança, como luz de freio e retro-refletores. A porta lateral se abre para cima, funcionando como um toldo.
Para o carro ser leve, tem carroceria de tubos de aço vazados e plástico. Assim, pesa apenas 100 kg – peso que permite ao carro se mover sobre rodas de bicicleta aro 20”. Além das pedaladas, o carro usa um motor elétrico de 350 W, que ajuda a ir mais longe: a autonomia chega a 40 km a cada recarga. “Este carro não pode ser automotor, caso fosse teria que possuir placa, pagar IPVA e o condutor deveria ter carteira de habilitação”, conta Ivan Carraro, designer responsável pelo projeto no Ibo Group. O motor tem um carregador próprio, ligado a uma tomada de 110 V.
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A ideia da loja móvel surgiu em 2008, quando o escritório não tinha muito trabalho, devido à crise econômica. “Decidimos ocupar a ociosidade com projetos próprios, direcionados a melhores condições de vida e trabalho”, lembra Ivan. “O carro tem como principal função dar mais dignidade ao difícil trabalho destes profissionais”, acrescenta.
O projeto foi apresentado em 2009 para a Agência Curitibana do Desenvolvimento. Um protótipo já foi construído em parceria com o Senai. Agora, Ivan está em busca de patrocinadores para seu projeto. “Para nós, não está claro quem seria o investidor”, conta Ivan. “Poderia ser o vendedor ambulante, mas para isso seria necessária uma linha de crédito. Se fossem as prefeituras, seria preciso criar ou aprovar leis e, consequentemente, licitações”.
Caso o poder público não se interesse, os designers pensaram que o carro poderia ser financiado por anúncios nas laterais do veículo. “Seguramente como falamos de um projeto bem visto socialmente as empresas e prefeituras irão querer ter sua imagem relacionada ao projeto”, aposta Ivan.
Fonte: Planeta Sustentável