Na última terça-feira (8), a Procter & Gamble declarou
seu compromisso pelo desmatamento zero em sua cadeia de fornecimento de óleo de
palma. A medida é uma resposta à intensa campanha do Greenpeace Internacional,
que denunciou as práticas predatórias adotadas pelos fornecedores da marca.
A organização ambiental é contra as políticas de compras e
abastecimento da empresa, que favorecem a destruição das florestas tropicais na
Indonésia, assim como diversas espécies ameaçadas, como o tigre-de-sumatra. O
Greenpeace chegou a registrar flagrantes de derrubada criminosa de floresta por
dois produtores que também são fornecedores diretos da P&G. Confira aqui o relatório completo da
investigação.
O óleo de palma é um
ingrediente comum em detergentes, xampus, cosméticos, e, de acordo com o
Greenpeace, o problema não é a sua utilização, mas sim as práticas utilizadas
por várias produtoras para cultivá-lo.
A organização estima que cerca
de 400 mil pessoas assinaram a petição pedindo que a P&G mudasse suas
ações. Cedendo à pressão popular, a companhia afirma que a solução será
melhorar as práticas junto a todos seus fornecedores, incluindo pequenos
agricultores, para garantir a proteção das florestas.
“Estamos comprometidos em
produzir uma mudança positiva ao longo de toda a cadeia de fornecimento, não
apenas para nós, mas para a indústria e para os pequenos agricultores que
dependem desta colheita", disse LenSauers, vice-presidente de
Sustentabilidade Global da P&G.
A marca ainda anunciou algumas
metas para chegar ao desmatamento zero. Entre os compromissos, a companhia
afirma que estabelecerá a rastreabilidade do óleo de palma e óleo de palmiste
até os engenhos dos fornecedores até 31 de dezembro de 2015, garante o
desmatamento zero na cadeia de fornecimento de palma até as plantações em 2020
e afirma que publicará relatórios anuais sobre os progressos feitos para
alcançar estes objetivos.
“A política recém-anunciada da
P&G foi um passo importante para que a empresa encerre a sua participação
na destruição das florestas da Indonésia. No entanto, a política ainda não é
perfeita, pois só garantirá a completa rastreabilidade da cadeia em 2020,
permitindo desmatamento por mais seis anos”, afirmou Areeba Hamid, da campanha
de florestas do Greenpeace internacional.
Mais detalhes sobre o
compromisso assumido pela P&G, veja aqui.
Redação CicloVivo