O UOL Gravidez e Filhos conversou com especialistas que deram dicas de atitudes para lidar com o desejo desenfreado por adquirir algo novo, principalmente no que se refere às crianças. Uma das entrevistadas foi Ines Carvalho, diretora de Relações Institucionais do EcoD. Confira:
1 - Faça o que você diz
Não adianta educar o filho para que ele entenda que não deve consumir por impulso e correr para o shopping quando estiver triste, em busca de compensação. "É com o exemplo de pais e familiares que a criança vai entender o que é certo e o que é errado", diz Isabella Henriques, diretora do Instituto Alana --organização civil que tem como objetivo a proteção da infância-- e coordenadora do projeto "Criança e Consumo". Quanto mais coerente for a atitude dos adultos com relação ao que falam, melhor as crianças compreenderão a forma como o dinheiro deve ser administrado.
2 - Faça tratos antes de sair de casa
Antes do passeio com a criança, esclareça a finalidade da saída; isso reduzirá a chance de ela pedir algo que não estava combinado. Por exemplo, antes de ir ao shopping, você pode alertá-la de que só irá comprar o presente do avô e nada mais. O mesmo pode acontecer antes de uma ida ao mercado. "O pai pode combinar com o filho que ele escolherá dois produtos que desejar. E se na hora pegar três, terá de deixar um", diz Isabella.
3 - Presenteie apenas em datas comemorativas
Demonstrar amor e carinho ou compensar ausências por meio de presentes é uma forma de estimular o consumismo na criança. Por isso, o ideal é que presentear o filho seja uma atitude exclusiva de datas especiais, como aniversário, Dia da Criança e Natal. "Assim, o item solicitado passará a ter um significado especial", diz a educadora financeira Silvia Alambert, fundadora do The Money Camp, programa de educação financeira para crianças e adolescentes. Se durante o período de espera, o filho solicitar outros itens, cabe aos pais ensinarem a importância de fazer escolhas.
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A publicidade vende a ideia de que ao ter um produto você será alguém com aquelas qualidades anunciadas, mas os adultos têm de ajudar as crianças a compreenderem que ter não é o mesmo que ser"
Ines Carvalho, diretora de Relações Institucionais do EcoD
4 - Aprenda a dizer não
Se mesmo com os combinados, a criança fizer birra diante de um bem de consumo, pai e mãe devem ser firmes e explicar ao filho que, além de terem conversado sobre o comportamento antes de sair de casa, não é possível realizar aquela compra no momento. "Os pais devem explicar que o fato de não comprarem o que se deseja na mesma hora não significa que as crianças nunca terão o que desejam, mas que é preciso se programar para tê-lo", diz Silvia Alambert.
5 - Supervisione o acesso a TV e internet
Crianças muito pequenas não entendem a influência da publicidade no consumo. Por isso, os pais devem estar sempre por perto para monitorar a reação do filho diante daquele conteúdo. Dessa forma, assistir à TV e navegar na internet ao lado da criança é essencial. "A publicidade vende a ideia de que ao ter um produto você será alguém com aquelas qualidades anunciadas, mas os adultos têm de ajudar as crianças a compreenderem que ter não é o mesmo que ser", afirma Ines Carvalho, cocriadora do Instituto EcoD, ONG que visa a conscientizar a sociedade para o desenvolvimento sustentável.
6 - Evite relacionar lazer com consumo
Se todas as vezes que a família tiver um tempo livre, os passeios envolverem roteiros de compras, a criança associará diversão com aquirir coisas. Nessas situações, o melhor é propor outras atividades como andar de bicicleta, ir ao parque, brincar na frente de casa ou mesmo fazer um bolo juntos. "Mais importante do que qualquer brinquedo é a presença dos pais durante a diversão", diz a diretora do Instituto Alana.
7 - Invista em trocas de brinquedos
Já há sites e eventos organizados por pais que estimulam a troca de brinquedos entre crianças. É uma forma de ter algo novo para se divertir, sem ter de consumir. Durante a troca, a criança se dará conta naturalmente de que brincar é mais legal do que comprar. "A troca possibilita uma nova visão do valor das coisas e também coloca em prática o desapego", diz Silvia Alambert.
8 - Façam vocês mesmos
Em vez de comprar, pais e filhos podem produzir um brinquedo juntos a partir de materiais que têm em casa. Fantoches e até uma cabaninha podem ser criados sem grandes dificuldades. Ao fim da missão, é bem provável que a criança conclua que o processo de produção é mais legal do que o próprio objeto. "A criação de um brinquedo ajuda não apenas a desenvolver a consciência financeira, mas também ambiental", diz a educadora financeira.
(Via UOL Gravidez e Filhos)
Fonte: EcoD