Uma das formas de aumentar a
eficiência dos painéis solares é colocá-los num local onde as nuvens não possam
interromper a sua produção de energia – é que até nas partes mais ensolaradas
do mundo as nuvens podem causar flutuações na produção de energia. Este foi o
ponto de partida para um novo projeto que vai colocar painéis solares agarrados
a balões, em grandes altitudes, e que podem flutuar até 20 quilómetros no céu –
bem mais acima do que qualquer nuvem.
O projeto está a ser desenvolvido
pelo NextPV, um laboratório internacional ligado aos investigadores da francesa
CNRS e da Universidade de Tóquio, e procura sobretudo saber se a ideia é
fazível do ponto de vista prático e financeiro – é que restam poucas dúvidas de
que, do ponto de vista puramente operacional, estes painéis serão mais
eficientes.
“Há poucas nuvens acima dos seis
quilómetros de altitude e nenhuma aos 20 quilómetros. À medida que o céu perde
o seu azul, a iluminação direta torna-se mais intensa: a concentração de
energia solar resulta numa conversão mais eficiente e, assim, mais produtiva”,
explicou o diretor do CNRS, Jean-François Guillemoles.
O principal obstáculo da ideia, explica o Quartz, é o preço. Um projeto desta dimensão
dificilmente reduzirá os preços já bastante baratos da energia solar – e que
ainda baixarão até 25% nos próximos 10 anos.
Há ainda a questão da pressão
que, a esta altitude, pode influenciar o hidrogénio necessário para o balão
flutuar. Os balões, que ficariam ligados ao chão através de longos cabos,
também poderão pôr em causa os pilotos e os próprios cidadãos. E, certamente,
esta ideia não resolverá uma das grandes equações da energia solar: o que fazer
durante a noite.
Ainda assim, é mais uma ideia a
ser explorada e, mais que não seja, sempre serve para continuar a onda de
notícia e informações sobre renováveis – e inovação em renováveis – para os
leitores globais.
Fonte: Green Savers